quarta-feira, 29 de março de 2006

A crise das águas, será que ela existe?

Água é a crise anunciada do momento. Diz-se que as próximas guerras deixarão o petróleo de lado e serão realizadas pela hegemonia sobre ela.
Só que as coisas não são bem por aí, apesar de eu ficar muito mais tranqüilo com o fato de os Estados Unidos e nossos vizinhos mais próximos serem ricos em água.
Ao menos que você more em um deserto, basta olhar para os lados e verá que a escassez não é de água; é de energia e de bom senso.
De energia porque há água mais do que suficiente no mundo para todos os tipos de uso humano, só que ela não se concentra da mesma maneira que a nossa população.
Isto faz com que quantidades cada vez maiores do líquido sejam captadas a distâncias crescentes de sua destinação; ou, no caso dos lençóis freáticos, a profundidades maiores.
A captação feita desta maneira necessita de muita energia. É a escassez desta, e portanto seu alto custo, o maior fator limitante. O custo das obras de infra-estrutura tem impacto apenas marginal em longo prazo. O mesmo valendo para o processo de dessalinização.
A falta de bom senso se mostra de duas maneiras.
A primeira ao instalar grandes centros consumidores de água, grandes centros populacionais e plantas industriais, em regiões carentes da mesma. O Brasil é exemplo disto; campeão mundial em recursos hídricos, concentra boa parte de sua população na pequena região semi-árida e convive com enormes vazios populacionais em regiões riquíssimas em água.
A segunda pelo mau uso da mesma. Por degradação de mananciais, desperdício ou poluição de reservas.
Podemos citar São Paulo, capital, como o exemplo à não ser seguido.
Nela os antigos mananciais das zonas mais centrais foram impermeabilizados e os rios que deles derivavam transformados em galerias pluviais. Os mananciais mais distantes foram preservados até poucas décadas, mas hoje sofrem ocupação desordenada do solo e, mais uma vez, impermeabilização. Resultando em alagamentos sempre que chove um pouco mais do que o normal. Os paulistanos puderam constatar em loco os resultados hoje.
Além dos mananciais degradados, as represas que estes alimentam estão poluídas. O que faz com que seja necessário utilizar processos de despoluição cada vez mais custosos e a captar em reservatórios distantes da cidade.
Um problema oculto é o uso e a situação do Aqüífero Guarany, maior do mundo e sobre o qual a região metropolitana se encontra. Sabe-se que há utilização das águas deste em são Paulo, porém não em qual intensidade e nem como a poluição metropolitana esta comprometendo o reservatório.
Para completar, muito da água que se capta e trata é perdida na distribuição. As estimativas variam, só que em nenhuma delas o índice de desperdício é menor do que 20 por cento.
E nem falamos do uso intensivo e desnecessário pelos consumidores finais.
Podemos dizer então que uma crise hídrica em níveis mundiais seria não uma crise da água, mas uma crise econômica de possíveis consumidores devido a uma série de motivos que impossibilitaria a obtenção ou exploração do recurso.

terça-feira, 28 de março de 2006

Mudou tudo

E agora, alguém tem confiança na equipe econômica?
E alguém sabe que é ela?
Quase recomendo que a galera compre dólares.

segunda-feira, 27 de março de 2006

Poema muito ouvido em um certo Ribeirão

Vou me embora pra Brasília,
Lá sou amigo do Rei,
Terei a recepcionista que eu quero,
Na casa que escolherei.


Obs: e que Manuel me perdoe.

Lustrando as algemas

Tem delegado preparando-se para os quinze (sempre ele) minutos de fama.
Pedido de indiciamento é o mínimo que se espera para o futuro.

quinze dias

Então é isso.
O presidente da Caixa não precisava nem de 15 segundos para apurar o responsável pela quebra ilegal de sigilo do caseiro.
Um simples fui eu resolveria o caso.

outro sem título

As pessoas parecem estar esquecendo que não é apenas no campo político que os resultados das CPIs vão desembocar.
Por mais complacente com os poderosos que nossa lei e ordem seja, os fatos apurados obrigarão a ação desta.
Possíveis vencedores das eleições poderão ter seus mandatos cortados pela justiça. Falo poderão porque o verbo certo (deverão) é de uso muito incerto no nosso vernáculo político.
Só que como o caminho natural é um Brasil cada vez mais moralizado, apesar das aparências. E estes bandidos, segundo o Ministro da Justiça, são um símbolo que deve ser apagado e esquecido de um modo de se fazer política muito ahhh... particular.
Eles deveriam estar na cadeia e não no Congresso.

Primeiro ato

Não importa qual seja o resultado que as urnas nos tragam para a próxima legislatura, o primeiro ato desta deveria ser a anulação de todos os atos da anterior.
Desde as reformas disto ou daquilo até as cassações de deputados.
Tudo que a legislatura da vez vem fazendo fazem com que tudo o que ela assinou não tenha nenhuma credibilidade.
Ou você acredita que um Congresso sabidamente mensaleiro pode dizer à Nação que aquela lei foi pensada nos interesses da nação enquanto aquela outra sim, foi contaminada pelos mensalistas?

sexta-feira, 24 de março de 2006

Radicalismo

Imposto é a fatura exigida pelos Estados para cumprir o papel que lhes cabe.
Mas, perguntamos então, qual é o papel dos impostos no Brasil? Como aceitar que estes sejam tão altos e que tão pouco seja dado em troca?
A resposta da primeira é óbvia, porém lamentável; é apenas sustentar a máquina pública e os credores do Estado.
A segunda é também óbvia, isto é inaceitável.
A medida que o Estado passa a ser apenas um veículo do funcionalismo público para o bem-estar destes, deixando de cumprir a sua função social, coloca em risco sua própria sobrevivência.
Em menor escala é o que aconteceu com a Varig. Sua controladora (Fundação Rubem Berta) esqueceu-se de que a função de uma empresa é dar lucros e vergou-se aos interesses imediatos dos funcionários, que têm voto e poder na Fundação. Na ausência continuada lucro e engessada pela ação corporativa dos funcionários, a empresa agoniza e a Fundação e os funcionários podem perder sua galinha poedeira.
O problema é que não se concebe mais sociedades sem Estado na contemporaneidade; portanto, ao contrário da Varig, o Brasil não pode simplesmente deixar de existir.
É vital que o Estado seja reformado e que sua inoperância na devolução dos impostos cobrados seja sanada.
Para radicalizar, eu imporia simplesmente a extinção de todos os impostos. O Estado deveria então se sustentar unicamente com a cobrança de tarifas.
Ou seja, só seria remunerado pelo serviço efetivamente prestado e comprovado.
Funções de difícil comprovação material, como a Legislativa, teriam que cumprir metas pré-determinadas e o reserviço não seria remunerado.
As áreas deixadas de lado pelo Estado poderiam sustar seus pagamentos até que tivessem suas demandas assistidas e a iniciativa privada poderia supri-las sem que os impostos encarecessem os serviços, o cidadão não seria punido duplamente.
Os críticos dirão que isso alijaria os mais pobres. A pergunta: como eles estão agora? Estão bem integrados à sociedade?
Um fato é que a única maneira de se incluir os mais necessitados é com um Estado que funcione.
Quanto ao funcionalismo, teria um incentivo muito grande para prestar serviços de qualidade; seria isto ou não receber. A ameaça do Brasil se tornar uma imensa Varig seria descartado.
Eu sei que esta parece ser uma proposta radical; é radical e muitos têm urticária frente a tanto neoliberalismo. Só que do jeito que está não pode ficar.
É uma primeira proposta, vocês podem apresentar outras mais exeqüíveis. Mas o mais importante é que se abra um debate amplo sobre o papel do Estado e a forma como vamos financiá-lo.

E não é que o Coaf serve para alguma coisa?

Para quem achava que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) não servia para nada, verificou-se o contrário.
Ele serve para constrangimento “legal” de testemunhas-que-não-podem-ter-nenhuma-credibilidade-e-portanto-é-necessário-que-algo-aparece-contra-ela.
E isso já não é pouca coisa. Muita gente que viu aquelas merrecas do Marcos Valério circulando já estava pensando que era um órgão fantasma.

quinta-feira, 23 de março de 2006

E vejam só

Além do constrangimento do caseiro, agora estão constrangendo o suposto pai do mesmo.
Segundo a nota publicada pela Folha Online , o empresário foi chamado pela CEF para dar explicações a respeito dos depósitos feitos na conta do caseiro.
É que haveria uma discrepância entre o que saiu da conta do empresário e o que entrou na conta de seu suposto filho.
Então ficamos assim, não foi apenas o sigilo de um que foi quebrado, mas pelo menos de dois dos correntistas do banco.
E é assim que querem fazer com que a credibilidade da instituição não sofra abalos.

quarta-feira, 22 de março de 2006

Muito engraçado

Na revista Istoé desta semana, tem-se a explicação do porque Hugo Chávez resolveu trocar o brasão de seu país, a Venezuela (e ao que parece o seu aí em todos os sentidos).
Segundo a revista, a filhinha de oito anos do bolivariano presidente teria dito que não gostava do cavalo no símbolo, pois este olhava para trás enquanto se dirigia para a direita.
Aproveitando a deixa ele teria dito que o “símbolo reacionário... é um cavalo que alguém freou e olha para o passado”.
Solução: mudou-se o símbolo, que agora é um cavalo que olha para a frente e corre para a esquerda.
Ou seja, se formos seguir a explicação creditada a Chávez, está correndo celeremente para o passado e sem remorso ou dúvidas.
E, para que não pairem dúvidas, outros símbolos modernos foram implantados no brasão: arco, flecha e machadinhas.

terça-feira, 21 de março de 2006

A Amex é nossa

Para os que pregam a sobrevalorização cambial está aqui, o Bradesco mostrou o caminho.
Se nossa moeda está muito valorizada, compremos ativos estrangeiros. Quando e se esta voltar ao normal (raquítica e anêmica, coitada), o patrimônio nacional estará ampliado.
E também é uma excelente maneira de fazer com que o fluxo de moedas passe a ter a mesma intensidade nos dois sentidos.
Nacionalista então, delirariam. Se bem que poderiam começar a chamar as nossas empresas de imperialistas, como já fazem os bolivianos “moralesistas”.
Porém tudo bem; nossos nacionalistas adoram importar idéias, principalmente os de esquerda.

Fatura

O TCU apresentou relatório dizendo quanto custa um Land Rover para os cofres públicos:
módicos R$36 milhões.

segunda-feira, 20 de março de 2006

E um tiro no pé

Após a banda desandar com o cancelamento da “oitiva” do caseiro, a quebra do sigilo bancário do mesmo foi um verdadeiro tiro no pé do PT e do governo Lula.
Agora além de darem credibilidade ao rapaz, ainda o transformaram em um mártir para a oposição.
Vai ser criado um verdadeiro carnaval e fosse mentira ou não o que foi dito na “oitiva”, não importa mais. O que importa é que foi usado o aparelho estatal para constrangê-lo.
Serão abertas novas investigações, quem sabe até uma CPI, e muitas feridas paralelas para sangrar a credibilidade do governo de ocasião.
Que mais a oposição poderia pedir?
E, pelo que me consta, nem é aniversário de ninguém para tanto presente.

sábado, 18 de março de 2006

Lembram do acordo?

Aquele que procurava conter as altas do preço de álcool combustível. Aquele que fracassou.
Pois ontem vi o primeiro sinal de inteligência por parte do governo no enfrentamento do caso. Uma propaganda de tv mostrando como se calcular quando é lucrativo para o consumidor utilizar um ou outro combustível nos carros flex.
Este é o único fator limitante para os usineiros, desovar os estoques, e se a guerra da propaganda conseguir com que eles não o façam, os preços cairão rapidamente.
É até de estranhar tamanha lucidez. Mesmo porque, apesar de tudo, nem se deveria cogitar que um governo de economia de mercado deveria tentar controlar os preços de commodities como o álcool combustível.
Mas isso o calendário eleitoral explica.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Requentadas

Os líderes petistas afirmam que nada de novo foi apresentado a respeito de nosso ministro da economia; que é tudo requentado.
A verdade é que é mesmo, só que ainda nada foi explicado a respeito deste caso.
Se ele mentiu antes porque está falando a verdade agora?

E vai ficar pior

Para quem acha que o câmbio está ruim agora, pode ter certeza que vai ficar muito pior.
Se há uma verdade na questão do câmbio livre é o de que ele procura se equilibrar entre a demanda e a oferta de dólares e outras moedas.
O porém é que isso não se dá de maneira automática, é um processo que sofre uma certa defasagem, em muito devido ao passado de intervencionismo.
No caso brasileiro há uma série de “esqueletos no armário” do câmbio real. Quem pensa que uma chegada a juros civilizados conterá a taxa nos atuais ou um pouco maiores tem muito que se decepcionar ainda.
Em primeiro lugar o país é um exportador líquido e muito pouco pode ser feito a respeito disto; a não ser que se mude o padrão de consumo do nosso povo, fazendo com que ele passe e comprar produtos e serviços mais refinados que nossas empresas não podem suprir, por falta de escala ou de tecnologia. Como para isso seria necessário mudar radicalmente a estrutura de renda do país em período muito curto, não passa de utopia.
Inclusive o país deve até aumentar seus superávits comerciais com as exportações de biocombustíveis e com os excedentes de petróleo.
Outro e mais importante ponto é que os ativos são muito baratos no Brasil. Imóveis, ações, empresas, licenças e concessões têm preços irrisórios se comparados a seus equivalentes mundo afora. Estes não eram sequer imaginados como fonte de lucro quando nossa economia era fechada, mas agora que estamos nos integrando ao mundo passam a ser uma possibilidade.
Taxas de juros civilizadas poderiam fazer com que os aplicadores deixassem nossos títulos públicos, mas fariam com que estes ativos brilhassem muito mais. Os que atualmente reclamam da onda de investimentos estrangeiros vão sentir saudades quando o tsunami de procura por ativos chegar.
Portanto, se não houver um forte intervencionismo no câmbio, ele tende a ter uma perspectiva descendente por um período muito longo.
A hipótese de intervenção pode ser a opção mais atraente para a parcela ligada à indústria exportadora, só que é a opção errada.
O melhor e mais difícil é enfrentar os gargalos estruturais que retiram a competitividade de nossa economia. Uma gambiarra cambial apenas fará com que nosso desenvolvimento seja postergado.
De novo.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Muito pior do que o soneto

Se antes seria a palavra de um caseiro contra a de um ministro, agora é evidente que o caseiro poderia acarretar muitos problemas ao governo.
Repercussão certa. Pior ainda por ser no meio da sessão parlamentar.
Qual seria pior?
Até estou imaginando as manchetes de amanhã e escaladas de matérias dos jornais televisivos da noite.

quarta-feira, 15 de março de 2006

Pícolé de milho

Na campanha para a prefeitura paulistana em 2000, encontrei com o candidato Geraldo Alckmin em um dos locais mais improváveis, a festa de lançamento de um campeonato de surf.
A impressão que tive dele foi das piores, para mim ele pareceu ser apenas um pamonha, palavra que usei a torto e a direito depois daquele momento.
Posteriormente este recebeu da mídia a alcunha de picolé de chuchu por parte da mídia paulista.
Depois de sua administração do estado de São Paulo e da forma como dobrou José Serra vão ter que mudar a alcunha.
Sugiro que vire picolé de milho, que nem todos gostam mais tem um sabor marcante.
E mais do que tudo, isso mostra que a força de um personagem político não está apenas no carisma, pois se dependesse disto o Alckmim nunca teria chegado onde chegou.
Ficamos assim então, a disputa eleitoral agora parece estar centrada na razão contra a emoção.
Quem será o vencedor?

Questão de inteligência

As tais armas apareceram. E ficou bem claro que era necessário mais cérebro do que músculos.
Durante onze dias os militares foram peões dos traficantes da Rocinha, local onde foram encontradas.
Para estes a ocupação militar serviu para enfraquecer a concorrência de outros grupos criminosos, que viram seus pontos de venda embargados pó um bom tempo, além de um provável incremento de seu faturamento devido aos consumidores que ficaram impossibilitados de chegar aos seus fornecedores habituais.
Foi só acontecer o cerco à favela certa que as armas apareceram.
Se houvesse anteriormente um bom trabalho de inteligência policial muito dinheiro teria sido poupado desta ridícula operação “Macho-man” do exército. Onde é que já se viu um dos braços das forças Armadas precisar de auto-afirmação?
Então ficamos assim; o Estado gastou uma fábula, os traficantes de alguns pontos perderam uma boa grana, os de outros ganharam outra, alguns cidadãos e militares ficaram feridos e um morreu.
O Estado mostrou sua incompetência e como troféu apresentou as armas. Podia ser pior. Vai que ele mostra e não apresenta nada.
De concreto muda a o significado da antiga expressão:
Tropa: APRESENTAR ARMAS.

terça-feira, 14 de março de 2006

100 mil dólares

Foi com essa quantia que a empresa com um dos maiores valores de mercado atualmente começou.
A Google precisou desta módica quantia e o camarada que o cedeu deve estar rindo atoa. Se ele ainda está no negócio suas ações valem bilhões, se não teve um retorno de capital astronômico.
Antes do lançamento da Google havia a Yahoo, que também vale bilhões hoje, e algumas outras espalhadas mundo afora no mesmo segmento de mercado, busca de conteúdo. Uma era a empresa que criou o Miner, utilizado ainda hoje sistema do Grupo Abril, e que teve como desdobramento a tecnologia da empresa Akwan, comprada pela Google recentemente.
Aí está toda a diferença, enquanto nos EUA as empresas estão se desenvolvendo a ponto de comprar outras aqui no Brasil, o que impede que as nossas façam o mesmo?
A Google é apenas uma criança no ponto de vista empresarial, começou em 1998, e já goza de créditos que permitem fazer aquisições. Uma empresa na mesma idade no Brasil está normalmente lutando para se formalizar ainda.
Tem ainda que arcar com uma burocracia absurda para abrir a empresa, e rezar para não ter que fechá-la (pois aí a burocracia será mais que absurda), para registrar as patentes de seus produtos e para contratar e demitir funcionários.
Ou seja, o empreendedor tem que ter um produto inovador, mas o mais importante mesmo é ter dinheiro guardado para manter a empresa funcionando nos tempos de vacas magras e ser muito bom empresário, já que não tem espaço para erros.
E se este super-homem tiver todas estas qualidades, ainda encontra barreiras para se internacionalizar. Com base nisto alguém se espanta de não termos nenhuma Google aparecendo por aqui?
È óbvio que os 100 mil dólares não é a barreira inicial, nem o conhecimento técnico. Só que enquanto o custo de oportunidade estiver tão alto aqui e os lucros financeiros e sem risco estiverem neste patamar, qualquer pessoa com este dinheiro para empreender preferirá deixar os bancos lhe pagarem mil dólares de aluguel pelo seu dinheiro.
A não ser que seja muito sonhador, e ainda bem que os temos aos montes ainda.

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  • quinta-feira, 9 de março de 2006

    Só filmando

    Não sei quanto a vocês, mas estou com muita vergonha da nossa Câmara hoje.
    Nossos deputados - ilustres ou não - acabam de dizer o seguinte, lei serve para ser descumprida e ética é para os fracos.
    E nós ficamos aqui vendo embasbacados. Só espero que prestemos atenção na hora de renovação dos mandatos.
    Eles tão cantando "é nóis na fita" e "tá tudo dominado", nos lembremos disto daqui até outubro. Não é muito tempo, certo?

    quarta-feira, 8 de março de 2006

    Minhas convicções estão por um fio

    Sempre fui e acho que sempre serei favorável ao parlamentarismo, porém estas convicções estão se esvaindo a cada nova trapalhada do congresso, e elas não foram poucas.
    Nem perderei tempo dizendo quais são estas trapalhadas, mas observem que dois parlamentares podem, na verdade deveriam, ser cassados hoje.
    A última pontinha de certeza de que o parlamentarismo seria melhor é conseguida quando vejo os atos eleitoreiros dos nossos governantes, principalmente o mandatário, e penso: realmente, presidencialismo não dá.

    sábado, 4 de março de 2006

    Quem, eu?

    Uma perguntinha: se queriam chutar Bill Clinton por “imprecisão semântica” quanto ao que é ou não sexo; o que vão fazer com o atual presidente americano que após mentir quanto às armas de destruição em massa iraquianas teve um vídeo divulgado no qual ele diz saber de coisas sobre as quais viria no futuro a nunca “ter sabido”?
    Será que é caso de impichamento?

    quinta-feira, 2 de março de 2006

    Comentário

    Está na moda se falar em minorias e afro-descendentes quando se trata de racismo e ações afirmativas.
    Então de uma olhada nesta página aqui: http://www.jurgita.com/models/south-african-models .
    São todos africanos, não apenas afro-descendentes e a grande parte é de minorias. Mereceriam fazer parte de nossas ações de combate ao racismo?

    Certa vez...

    , não sei como, me vi surpreendido em um debate sobre a “branquitude” ou “negritude” do povo brasileiro. Nesta bradei minha identidade parda – tinha menos de 15 anos e isso não tinha a menor importância para mim, na verdade. Nunca havia sido alvo de racismo, pelo menos não me percebi como um, e só estava na discussão porque me senti na obrigação de mostrar que aquele debate não tinha sentido.
    Pois bem, após o término da discussão fui para casa e conferi minha “identidade cultural” na certidão de nascimento: quase cai de costas, eu era branco perante o Estado brasileiro. Logo eu, cujo o avô paterno não era negro, mas azul; como vivia ouvindo em casa.
    Fiquei um pouco indignado, naquele momento, me considerei um sem-raízes (nem sabia bem o que era isso). O fato é que, como a maioria das famílias brasileiras, minha árvore genealógica é muito obscura, com a continuidade se perdendo não muito mais longe do que nos meus bisavôs – só que considerarem a mim um branco me pareceu meio absurdo.
    Dito isso, quero iniciar o verdadeiro assunto deste artigo: a necessidade de cotas em concursos públicos para as chamadas minorias étnicas.
    Somente a idéia de cotas já me parece absurda. Se o cerne principal da medida é o combate à discriminação racial porque fazê-lo através de uma medida discriminatória. Isso não faria com que a roda do ódio girasse mais rápido?
    Se a razão é a inclusão social, algo de podre parece surgir. A razão? Está medida será inócua. Não incluirá os negros porque:
    Primeiramente, segundo estatísticas expostas pelos debatedores a favor das cotas a população negra é de 35% a 45% do total do país e a indígena é de menos de 1%. Levando-se em conta que o número de cargos públicos é de 10% a 20% da população economicamente ativa nos países desenvolvidos, chegaríamos a um quadro de reservas de vaga para as minorias (dependendo da cota a ser empregada) de 1% a 5% do mercado total, só que em prazo muito largo de tempo, já que a maioria destas vagas já está coberta atualmente.
    Este número não é maior do que a quantidade de membros das “minorias” que se situam nos extratos médios da sociedade atualmente. Portanto não causará mudança social.
    O sistema de mérito, que é o empregado hoje para a contratação, prevê um grau de preparo mínimo para o exercício do cargo. O sistema de cotas prevê que certas características – cor de pele, orientação sexual, gênero –são mais importantes do que o preparo. Cria-se um evidente conflito de interesse, e os mais prejudicados são os que mais dependem de serviços públicos, como a maioria dos integrantes das “minorias”.
    Há atualmente os que já possuem condição e vontade de ocupar a vaga para a qual é necessário um concurso público e não precisam da cota, ou seja, para eles a lei é tabula rasa.
    Formam-se daí dois outros grupos: os que têm condição e não vontade e os que têm vontade e não condição. Ambos os grupos são prejudiciais aos cofres públicos e às pessoas que utilizam serviços públicos, ou seja, toda a sociedade.
    Os primeiros usarão o emprego fácil como um trampolim para o mercado privado, gerando um aumento das despesas de treinamento e realização de concursos cada vez que trocar de emprego e os demais por prestarem um serviço de má qualidade, por simples falta de qualificação.
    Observando-se estes dois motivos vê-se que as vagas abertas seriam cobertas por representantes das “minorias” já “incluídos”, que podem se preparar e já compete no mercado de trabalho, não forçando nenhuma mudança social. E o que é pior, nas poucas vezes em que a cota cumprisse seu trabalho (incluir na lista de aprovados) a má-qualidade da mão-de-obra por ela gerada faria as armas dos racistas ficar mais carregada, pois os números se encarregariam de provar o erra da contratação.
    Por fim, e não mais importante, como seria a seleção dos candidatos pertencentes às minorias? Quais seriam os critérios? Quem seria o juiz? Eu teria vez, ou minha certidão de nascimento me derrubaria?

    quarta-feira, 1 de março de 2006

    Mais uma chance

    O reinado de Momo acabou, o ano começa amanhã e voltamos ao domínio da música internacional no cenário.
    Este ano foi completamente atípico em matéria de período pré-carnavalesco; foi regado a pop-rock, no que ele tem de mais representativo.
    U2 e Roling Stones vieram, viram e causaram furor. Criaram celebridades instantâneas e movimentaram muito, muito mesmo, dinheiro.
    Teve também uma intrusão no tradicioal reduto do axé, o carnaval baiano, com o trio puxado pelo DJ Fat Boy Slim. Se este não chegou a ser a sensação dos circuitos soteropolitanos, também não passou despercebido.
    E o que eles têm de especial, que nossos artistas não possuem? Considerações artísticas à parte, eles tem muita mídia espontânea, que faz com que estar em seus shows seja mais do que assistir a arte. É uma manifestação política e cultural.
    São ídolos fabricados por muita exposição e certamente devem muito do seu sucesso aos planejadores de mídia; ou se vocês preferirem assim, marqueteiros.
    E o que isso tem a ver conosco? Os novos espaços de mídia que a Internet criou, está criando e criará são a primeira grande oportunidade de transformar o Brasil em plataforma de exportação cultural desde a Bossa Nova de 40 anos atrás.
    É claro que a oportunidade não é só nossa e tão pouco somos nós que a estamos aproveitando no momento. Talvez o ícone para o poder da Internet na criação de ídolos seja Paris Hilton, que através de um vídeo muito comentado de seus atributos bucais (digamos assim) deixou de ser uma herdeira milionária gastadora para ser uma celebridade milionária muito bem paga, mas ainda gastadora. Ou a banda britânica Artic Monkeys, que de bandinha de garagem de adolescentes se tornou a de maior vendagem em um álbum de estréia na Inglaterra através de um surpreendente, e provavelmente não-planejado, sistema de divulgação pela rede.
    A divulgação na Internet é potencialmente barata e permite que se fuja dos processos de massificação que as gravadoras “majors”, imensas multinacionais, tentam forçar ao mercado para diminuir seus custos e maximizar seus lucros.
    Permite também que grupos consagrados localmente ampliem sua notoriedade. É o sistema de divulgação boca-à-boca ampliado, em uma escala planetário.
    O caminho apontado pelo Artic Monkeys pode e deve ser trilhado por grupos brasileiros. A possibilidade de vendar músicas on-demand é uma das possibilidades, fazer shows devido à notoriedade outra e novas formas de se conseguir renda através da arte devem surgir com o passar dos tempos.
    O Brasil pode dar uma grande contribuição para a música internacional muito grande com seus estilos e ritmos variados e os artistas brasileiros podem se beneficiar de um mercado consumidor ampliado. A hora de agir é agora, ou veremos mais uma vez os artistas dos mais variados países fazer festa aqui e continuaremos barrados nas festas deles.