sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Os 300 de Severino (republicação)

Como meu estômago anda sensível e não aguenta chegar perto de nada que lembra a política, vai aí um artigo que escrevi algum tempo atrás e do qual me lembro vagamente; acho que ainda reflete o cenário por aqui.

Enquanto não se botarem os pingos nos is e se explicitar os papéis de cada um na vida pública brasileira não se acabará com esta palhaçada que cá está.
É por isso que cada vez gosto mais de Severino Cavalcanti. Ele parece ser o único no momento que faz valer os atributos de uma figura pública que: sabe qual é o seu papel; o cumpre e; melhor, o faz abertamente.
Vamos parar de hipocrisia. Esta história de que os políticos que estão exercendo mandato são representantes do povo, uma generalização que significa todos e ninguém, é uma balela.
Os políticos eleitos para cargos executivos não são, ou não deveriam ser, representantes de ninguém e sim gestores do patrimônio e programas públicos. Portanto, não são mais nem menos do que qualquer administrador, como aquele de empresas perante da fábrica ou loja que dirige. Seu compromisso deve, ou deveria, ser apenas com a realização de metas, aquelas que ele apresentou ao se candidatar, e apenas por elas deveria ser cobrado e julgado como bom ou mal.
No dos eleitos para cargos do legislativo, cada um representa um grupo, ou grupos, que o elegeu; seja este grupo formado por empresários, fiéis de uma igreja ou representantes de um sindicato qualquer. Desde que cumpra seu mandato dentro das regras e leis que o rege, somente a eles deve alguma satisfação. Figuras retóricas, como a pátria e o povo brasileiro, ou convenções sociais, vulgos moral e bons costumes, podem até ser usadas para tentar pressioná-los mas isto é apenas jogar para a torcida, o que vale mesmo é o pensamento dos grupos aos quais cada um representa não importando se isso é bom ou ruim para o país como um todo.
A idéia é que a soma dos interesses dos grupos que estão representados nos legislativos fará com que os interesses da maioria seja a contemplada. O problema aí reside no fato que isto nem sempre é verdade e, às vezes, dependendo do grau de distorção da democracia em que estamos inseridos, nem é o mais comum.
Os deputados, em particular, tem estas atribuições mais claras. Pois são representantes, até em nível estatutário (no caso a constituição), das populações de seus estados no contexto geral do país, ao contrário dos senadores que devem representar os interesses dos Estados como ente federativo.
Enquanto não entendermos isto e fizermos por onde, colocando pessoas nos legislativos que representem nossos interesses e bons gestores nos executivos, ficaremos chorando na cama, que é lugar quente, ou clamando pelo espírito público dos políticos, não necessariamente nesta ordem, mas com o mesmo resultado.
E o Severino continuará sendo uma figura pública exemplar, defendendo os interesses daqueles que o apóiam: ele mesmo; sua (dele) família; os 300 deputados que o colocaram na Presidência da Câmara e; quem sabe, até a população de João Alfredo.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Tá faltando serviço?

Ontem a Polícia Federal mobilizou cerca de 100 agentes para desbaratar uma quadrilha de “exploradores sexuais” que tinha clientes, na maioria estrangeira, que chegavam a pagar 15 mil reais por encontro. Grande parte destes se realizaram no exterior, para onde as profissionais eram remetidas em aviões comerciais de carreira.
As prostitutas eram recrutadas com base na aparência física e notoriedade, muitas sendo famosas modelos.
Dito tudo isso, a pergunta: a Polícia Federal não tem mais o que fazer?
Vai lá, a “exploração” de prostitutas é um crime e em muitos casos envolve violência e, neste caso em particular, certamente lavagem de dinheiro e todas questões morais, mas 100 agentes?
Isso indica das duas, uma: ou o crime está quase acabado no Brasil e por isso está sobrando agente ou a instituição anda procurando holofotes e para isso organiza grandes operações sem necessidade.
Sou mais propenso a acreditar na segunda hipótese. E vocês?
Agora só um comentário sobre a natureza da quadrilha desbaratada.
Ao que parece não havia nenhuma coerção por parte dos agenciadores para que as prostitutas realizassem o serviço.
Até onde eu sei, prostituição não é crime pelas leis nacionais. Se não há crime no ato, não deveria haver também na intermediação não-coercitiva deste. Como diz um famoso deputado federal reconduzido ao cargo pelo povo de São Paulo: “...estando bom para ambas as partes...”.

Feito para dar errado

Na revista Época desta semana há uma reportagem discutindo se a legislação ambiental e seus órgãos são mesmo um entrave ao crescimento e no meio dela a uma citação que resume o que há de mais errado no país.
Diz Vitor Hugo Kamphorst, chefe da consultoria sócio-ambiental no Brasil do banco holandês ABN-Amro: “Nossa legislação é uma das melhores do planeta. Copiamos o que há de bom dos Estados Unidos, da Alemanha e do Canadá”. E a reportagem completa, o problema é que não é cumprida.
É lógico que uma legislação desta não pode ser cumprida. Nossos legisladores, em sua preguiça infinita, criam um monstro de frankstein destes, mesmo que das melhores partes de legislação alheias, e querem que a coisa funcione.
A legislação de uma localidade deve refletir a ética e a moral de onde esta inserida, caso contrário não haveria necessidade de parlamentos, assembléias e câmaras municipais. Bastaria a Onu se reunir, decidir tudo e estaria acabado; resolvidos todos os problemas do mundo.
Mas existe um outro detalhe, além da parte subjetiva. Toda a lei deve considerar a aplicabilidade e fazer um enxerto de lei de país rico em outro (usando as palavras do grupo Casseta e Planeta) “com sérias restrições orçamentárias” e clamar pela inoperância.
Típico do Brasil; onde os inocentes clamam pelo ideal do primeiro mundo e os espertos os apóiam, sabendo-os inaplicáveis e, portanto, burláveis.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Só mais uma coisinha

Se quando eu falo ninguém acredita, leiam este camarada aqui:Fernando Canzian
Talvez assim vocês entendam que o Brasil está pegando a estrada errada empobrecendo a classe média. Ou será que o termo ideal seria enriquecendo a base de apoio ao governo “pobrista” que aí está.

É ridículo II

Não é que a aeronáutica anunciou que contratará 80 técnicos estrangeiros para fazer a manutenção dos equipamentos para o controle de vôo?
Começo a pensar que os que não contrataram estes técnicos antes deveriam ser indiciados por omissão, no mínimo.
Ou será que há outra palavra para o fato de que uma semana atrás não havia nenhum funcionário gabaritado para a manutenção dos equipamentos?
E não precisava nem ser contratação emergencial. Os seis anos desde a implantação desta nova tecnologia seriam suficientes para capacitar os técnicos antigos e formar uma legião de novos.
E tem mais; o comando da aeronáutica também informou que trocará os equipamentos a cada três anos. Se este é o tempo para que seja feita a substituição, e nada foi trocado até agora, outro motivo para indiciamento. Mesmo porque pelo que é arrecadado com taxas dos viajantes e das empresas aéreas eles deveriam ser trocados a cada trimestre.
O fato das taxas não se transformarem em conforto e segurança para os passageiros já é um caso de polícia; estelionato, ou quase.

Faço por menos

Três ou quatro semanas atrás a revista Época publicou uma entrevista do economista norte-americano Jeffrey Sachs. Na apresentação que fez do economista, a revista cometeu uma injustiça imperdoável; afirmou que ele é a única voz importante a discordar da receita neo-liberal de diminuição dos gastos públicos.
Como assim? Os responsáveis pela Época não estão lendo este blog? Eles precisam melhorar o nível de leitura.
Se lessem este importante órgão de comunicação, veriam que muito mais efetiva do que a diminuição dos gastos públicos é a qualificação dos mesmos.
Mas você não é defensor da ideologia liberal?, alguns podem perguntar. Sim, sou; só que não dá par mudar toda uma estrutura de uma hora par outra.
Defendo principalmente se fazer o melhor com o que se tem a disposição. Se o que se tem é essa sufocante política arrecadatória, o melhor possível é fazer com que o dinheiro retorne ao contribuinte na forma de serviços de qualidade. O ideal seria a diminuição da carga tributária, mas infelizmente isso é utopia.
Bem, independentemente do que eu penso ou deixo de pensar, Sachs ministrou uma palestra aos líderes das multinacionais estadunidenses no Brasil ontem em São Paulo. A se acreditar nas notícias veiculadas pela mídia, não disse nada de novo. Aquela mesma ladainha (correta) de se priorizar a educação e defender o meio-ambiente, além de que a pobreza é perfeitamente combatível caso se tenha “vontade política”. Deve ter ganho uma nota por isso.
Só um recado aos líderes da indústria: eu falo o mesmo por um terço do preço.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

É inacreditável

Mas parece que a mídia está acordando para a verdade dos fatos.
No artigo de domingo do Estadão; Celso Ming finalmente explicitou o que é óbvio, porém negado; o caso não é de fortaleza do real e sim de fraqueza do dólar.
Portanto não adianta o choro dos exportadores pela equiparação da taxa de câmbio a valores de 3 ou 4 anos atrás. Caso isso fosse tentado, o governo apenas jogaria muito, muito mesmo, dinheiro fora para valorizar o dólar e veria as exportações explodirem e a inflação também, resultando em recessão interna.
Isso é totalmente ilógico e, digo mais, é mesmo impossível em uma democracia de fato em que não se está vivendo uma crise.
Já disse isso em artigos anteriores, mas na custa repetir: a única maneira de se conseguir uma reversão cambial em favor dos exportadores seria pela mudança dos padrões de consumo da população que a levasse a comprar produtos cada vez mais sofisticados que a indústria interna não tivesse capacidade de suprir. E isso só teria uma chance mínima de ocorrer caso, à população, a renda aumentasse absurdamente. Em outras palavras, pode esquecer.
A tendência é justamente contrária. Com o país sendo um exportador de combustíveis cada vez mais atuante e com o alinhamento dos preços de imóveis aos padrões internacionais, mais e mais dólares entrarão para impulsionar a nossa balança de pagamentos para as alturas e o valor da moeda norte-americana em trocas dos nossos caraminguás para o rodapé.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

E novamente a esquerda tenta reescrever a história

Pinochet morreu e suscitou a maior sorte de sentimentos no Chile, que se arvora ser o país mais civilizado do sub-continente; digamos assim, uma Argentina pré-cataclismo econômico.
E não que no fim a releitura da história aparece com força total.
Decidiram que o ex-ditador não tem o direito de ser velado como Chefe de Estado, por ter sido um sanguinário talvez, mas terá o direito de ser como Chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Porém não foi com este posto que ele cometeu os atos sanguinários que fazem com que alguns o impeçam de receber honras de estadista? Foi, mas fazer o quê, a história tem que ser reescrita aos poucos.
Pode se fazer o juízo de valor que se quiser de Pinochet, mas ele foi efetivamente o presidente do Chile por 17 anos e não nada que se possa fazer a respeito disso. Se ele foi um mau ou bom presidente pode sempre haver controvérsias e que durante o seu regime autoritário a oposição foi perseguida e muitos opositores assassinados não há nenhuma, mas se o critério para se receber ou não as honras de Chefe de Estado for a qualidade do governo não haverá uma só cerimônia destas na América Latina; e talvez em todas as Américas.
E o mais engraçado é que a esmagadora maioria dos que acham justíssimo que Pinochet seja visto apenas como um general na hora de sua morte fazem loas ao também ditador e também sanguinário Fidel Castro. Dois pesos e duas medidas, já que se for ver mesmo a verdade o regime Pinochet foi muito mais democrático do que o de Castro, já que sobre o primeiro Chile conseguiu reunir as condições para se tornar uma democracia representativa e cuba não pode dizer o mesmo.
Eu quero ver como estes democratas de ocasião irão se portar perante a morte de Castro, que ao que parece está bastante próxima. Com ela o capítulo das ditaduras militares estará encerrado nas Américas – espero – e precisaremos lutar apenas por melhorias materiais e não por liberdade política; não é anda, não é nada, é um avanço.
Quanto ao velório de Pinochet, deveria ser ou tudo ou nada, ou Chefe de Estado ou de assassino; quiçá o de assassino Chefe de Estado, mas negar-lhe algumas honras e permitir-lhe outras é hipocrisia.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Ridículo

Até para o Brasil.
O equipamento que sofreu pane e provocou uma piora do apagão aéreo foi instalado em 2001.
Ontem, 2006, o comandante da aeronáutica informou que não há no Brasil ninguém que saiba fazer a manutenção do dito cujo.
Isso em um país que exporta aviões.
É preciso dizer mais.

Seria ridículo se...

...não fosse Brasil.
A Câmara tem uma comissão dita de Constituição e Justiça que serve apenas, imagino eu, para analisar se as leis propostas na casa não são inconstitucionais. O Senado tem outra para os mesmos fins. Em ambas a lei proposta só passa para o crivo do plenário após passar por elas e receber o a contento.
Pois bem, ontem o Supremo Tribunal Federal decidiu que uma lei promulgada em 1995 – a da cláusula de barreira - não é constitucional, por unanimidade. Será que a constituição mudou nos últimos 11 anos?
Até deve ter mudado, já que a constituição brasileira é vista por muitos como a semente de todos os males e recebe um remendo por dia, porém o principal suspeito para ser o culpado da pataquada é mesmo o trabalho destas comissões parlamentares.
Em um país em que os políticos não respeitam a lei (não preciso lembrar a vocês “o que sempre foi feito neste país”) probleminhas como a inconstitucionalidade de um projeto de lei são meros detalhes. Pode até ser de conhecimento parlamentar que uma lei é inconstitucional, mas a comissão a aprova mesmo assim e se não aprovar, o plenário o faz, desde que seja de interesse dos parlamentares.
Depois que a justiça resolva; o velho truque de criar dificuldades para vender facilidades elevado a extremo.
Como vêem, esta foi mais uma lei que não pegou no Brasil. E aparentemente por um bom motivo.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Nem por decreto

Vejam só; a situação que estava controlada (aquela dos controladores) só piora e para pisar na cabeça do morto agora um filme que desanca o Brasil foi um dos mais assistidos no final de semana passado lá nos Estados Unidos.
Somos realmente o país do futuro em se tratando de turismo, pois no presente somos uma verdadeira vergonha na autopromoção ou apenas na autodefesa.
O fato é que a despeito de todas as qualidades inerentes ao país, todo o turista que aqui chega vindo de um país em que as pessoas são respeitadas deveriam receber medalhas assim que colocassem os pés no Brasil; são verdadeiros heróis.
Os serviços aqui têm que melhorar muito para serem considerados sofríveis. E não há amabilidade de um povo nenhuma que compensa esperar horas por uma refeição estando sentados na mesa de um restaurante vazio, como já aconteceu com minha irmã em algum lugar do litoral da Bahia. Nem esperar horas uma mesa em uma pizzaria cheia de Florianópolis, fazer o pedido, esperar mais um muito e ao perguntar ao garçom se este vai demorar descobrir que este se esqueceu do pedido que você havia feito, como aconteceu comigo.
É o tipo de coisa que só acontece uma vez com você, já que nunca mais irá naquele lugar, nem que te paguem para isso.
Enquanto o bom serviço não estiver incorporado ao nosso modo de ver a indústria de turismo, este não irá se desenvolver.
Nem a base de anabolizantes ou bundas anabolizadas.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Eu já sabia

Houve a revelação do mensalação e aparentemente o presidente não sabia.
Houve o aprofundamento do caso e ele parece que soube e até disse que o que era feito é o que sempre se fez neste país, mas agora parece que ele não sabia de novo.
Houve muito barulho com as CPIs e sabe como é: eu não sabia, mas fui traído.
Houve o caso da quebra de sigilo e ouvimos novamente o eu não sabia.
Houve a tentativa de compra do dossiê e ninguém envolvido sabia de nada e apareceu dinheiro não se sabe de onde, por que raios logo o presidente iria saber de algo?
Houve a crise agricola e o governo foi pego de calças curtas, que é apenas mais um modo de dizer eu não sabia.
Há o apagão aéreo e nós não sabiamos.
Apareceram doações suspeitas e a resposta foi...
Adivinhem.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

E quanto ao ex-espião russo?

Pelo que eu pude depreender da leitura da Folha de ontem o Polônio (que foi usado como veneno para matar o ex-espião de nome impronunciável) só pode ser fabricado em duas usinas no mundo e são necessárias toneladas de urânio para se extrair umas poucas gramas dele.
Imagino que este veneninho deva valer uma fortuna e não é qualquer marido traído que pode comprá-lo, o que faz com que os suspeitos pela morte sejam milionários, empresas ou nações com acesso à tecnologia nuclear refinada e rara.
Aparentemente apenas uma entidade preenche os requisitos acima e ainda teria uma motivação; foi duramente criticada pelo hoje falecido. Esta entidade é o governo russo.
Uma das usinas que processam o Polônio está na Rússia.
Será coincidência?

Novamente pela descriminalização

Não é novidade para vocês que sou favorável a descriminalização total e irrestrita de todas as drogas.
Primeiro porque penso que o fato de algumas drogas serem legais e outras não é uma tremenda hipocrisia. Como não há motivação que não moral para isso – as médicas seriam contrárias a todas – fica explicito que estamos jogando o jogo de outros e pagando caro por isso.
As drogas são proibidas ao redor do mundo principalmente por imposição dos Estados Unidos da América e causa problemas sociais em todos os lugares, já que a humanidade e as drogas são indissociáveis desde que estes se encontraram.
Portanto se percebe que é uma guerra perdida como qualquer outra que trate de mudar comportamentos inerentes à condição humana. Como a homossexualidade que já foi combatida, aplaudida e novamente combatida, o uso de drogas sempre existirá e negar isso é uma perda de tempo.
Fora apenas uma perda de tempo e seria muito bom, mas ao lermos o artigo do economista José Scheinkman na Folha de ontem percebemos o quanto ela é custosa também em outros parâmetros. Ele cita um estudo do professor Gary Becker que contabiliza um gasto de 100 bilhões de dólares ao ano com a guerra às drogas que os norte-americanos empreendem desde a década de 60.
É claro que aqui também temos nossos gastos, nem de longe tão astronômicos, mas o que me preocupa mais não é o valor monetário da guerra e sim o custo em vidas. Acredito que temos mais mortes por combate às drogas do que por abuso delas, a despeito do que os pais de classe média que vêem seus filhos em situação de baixa dignidade por excesso de drogas possam pensar.
Além de atirar milhões de consumidores nos braços do ilícito para a obtenção da droga, o combate policialesco cria o submundo onde prospera a lei do mais forte e é fomentada a corrupção do sistema jurídico-repressor.
E tudo isso sem ao menos reprimir o uso, como qualquer adolescente que já tentou entrar em contato com uma droga ilícita sabe.
É muito dinheiro, barulho e – principalmente – mortes por nada. E tudo isso entrando de gaiatos na história.
Vale a pena tudo isso para ser simpático ao ideal norte-americano de afastar a tentação dos olhos e narizes deles?