sábado, 28 de fevereiro de 2009

Judicialização das demissões

Era previsível que a Justiça iria tentar reverter o quadro das demissões da Embraer. A Trabalhista brasileira tem um viés totalmente pró-trabalhador, como de resto toda a nossa sociedade, que é, em muitos aspectos, pré-capitalista (ver texto do dia 24). Está, portanto, fazendo o que dela se espera.
Fica, porém, um conselho ao grupo de funcionários restantes da produtora de veículos aéreos. Os dirigentes das centrais sindicais não ligam a mínima para vocês. Eles só querem ficar com a imagem de que são eficientes em lidar com os empregadores malvados.
Este filme já passou muitas vezes, e sempre acaba mal para os que põem as mãos na massa. Empresas muito maiores, como a General Motors vai acabar demonstrando, encontraram seu fim por não tomar a decisão difícil de diminuir seu quadro inchado de funcionários enquanto ainda havia tempo.
Outras fizeram da satisfação de seus "colaboradores" a sua razão de ser, quem não lembra da Varig, que era dirigida por uma fundação controlada por seus funcionários, e apenas os decepcionaram, com a falência.
Não é função da justiça, ou mesmo dos sindicatos, ir contra a discricionaridade do empregador em manter a quantidade de postos de trabalho que considerar adequados. Cabe a ela observar se as leis foram cumpridas, punindo os que não as observarem. Qualquer outra opção, é populismo da pior espécie.
Espero que não acabem por transformar a manutenção deste um quinto dos funcionários da Embraer na ruína dos os outros quatro restantes.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Algumas vezes não reluz, mas é ouro

Tomando carona na postagem de ontem, farei uma consideração sobre o desperdício de materiais nobres que está ocorrendo globalmente, mas é muito visível no lixão do Pacífico.
Muitas vezes, algo é um transtorno individual e uma fortuna coletiva ao mesmo tempo. Quando estava no segundo grau, ia de metrô para a escola. Passando repetidas vezes por um trajeto, percebemos que as coisas seguem um certo padrão. Havia sempre os mesmo carros estacionados, provavelmente dos comerciantes locais, mas em uma vaga em especial a rotatividade era imensa. Só parava ali quem não conhecia as conseqüências. E no horário de saída do colégio estava lá um carro coberto de guano, e para quem não está ligando o nome à pessoa, era isso mesmo, fezes de pombo.
Imagino que infortúnio para o dono do automóvel era grande. Em imensas quantidades, porém, aquele material fecal fez a fortuna de nações inteiras. Heraclio Bonilla afirma que, do princípio da década de 1840 ao começo da Guerra com o Chile, conhecida como a Guerra do Pacífico, em 1879, a evolução econômica e política do Peru esteve na dependência, de um modo ou de outro, da exploração dos depósitos de guano das ilhas costeiras. O mesmo ocorreu em maior ou menor grau com a Bolívia e o Chile. Em alguns momentos, a renda proveniente da exploração deste recurso foi responsável por mais da metade da receita dos governos desses países, contribuindo para os acontecimentos que levaram à conflagração do conflito.
Garanto que os primeiros a ver aquele, literalmente, monte de bosta não devem ter percebido seu valor comercial. Nem o primeira a dar de cara com alguma efluência petrolífera. Nem o a avistar o lixão do Pacífico. Mas as oportunidades estavam lá para quem quisesse aproveitar; nos dois primeiros casos, algum empreendedor o fez, a próxima onda ainda está esperando o felizardo. Basta vontade e capital, o resto se arranja.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cemitério do bom senso

Já foi tema de livro, mas não custa lembrar. Lixo é um patrimônio valiosos que não estamos sabendo aproveitar. O arquipélago de detritos mostrado no vídeo abaixo, do Fantástico, com a linda apresentadora a ocultar um pouco da horripilância das cenas, demonstra que estamos jogando fora o nosso bom senso.



O uso de embalagens descartáveis tem, também, razões sanitárias e de identificação do produto, mas a principal razão para a sua adoção foi a de redução de custos. Com o aumento dos salários nos países mais ricos, tornou-se anti-econômico a venda avulsa, a granel, feita durante milênios pelos comerciantes. As máquinas embaladoras conseguiam diminuir o número efetivo de funcionários da cadeia, fosse ela na indústria ou no comércio, beneficiando compradores e vendedores.
Toda a ação econômica tem, porém, externalidades. A desse processo foi o aumento exponencial de resíduos sólidos produzidos pela nossa civilização, e ele está se acelerando devido à entrada no consumo de massa de milhões de pessoas anualmente.
Teremos que repensar o meio de comercialização de nossas necessidades, melhorar o reuso dos recursos ou, e provavelmente a melhor solução, fazer os dois. Para isso, a externalidade negativa deve ser taxada de alguma maneira, de modo que fique mais barato utilizar os resíduos do que depositá-los na natureza indistintamente.
E a grande vantagem vira do número de empregos gerados no processo. Durante esses tempos de marola, é algo que não pode ser deixado de lado, ou mesmo jogado ao mar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Por um turismo mais constante

Com o fim do carnaval, é hora de fazer o rescaldo. Muitos neurônios, horas e dignidades jamais serão recuperados, mas algumas contas bancárias sairão bem melhores do que entraram.
Esta é uma das épocas em que o turismo mais arrecada no país. Os preços inflacionados não afastam os seguidores de Momo, que ganham em troca um serviço muito aquém do desejável, por simples impossibilidade de oferecê-los com tamanha e concentrada procura.
É de interesse de prestadores e dos receptores de serviços que haja uma desconcentração dos pontos turísticos e da alta temporada. Os primeiros por ter fluxo de caixa mais seguro, os segundos para receber tratamento melhor.
Com mais turistas ao longo do ano, Salvador, por exemplo, suportaria um maior número de acomodações de qualidade. Os foliões não precisariam de tantos alojamentos improvisados, usufruindo de maiores conforto e segurança.
Da forma como estão as coisas hoje, ser uma cidade de carnaval é um risco para o município. Sempre pode aparecer outra mais na moda, e os gastos podem não se pagar.
Tornar-se acolhedora em todas as épocas e ter a folia de fevereiro apenas como mais uma data é tudo que uma cidade pode querer para a geração de renda. Espero que um maior número consiga nos próximos anos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Emprego, uma questão chave

As preocupações com relação ao futuro dos empregos é, nestes tempos de marola supernutrida, uma coisa natural, mas, ao que parece, as soluções para empregar mais pessoas não podem ser obrigar empresas a manter funcionários a ferro e fogo.
A repercussão das demissões da Embraer mostram a utilização política de assuntos totalmente econômicos, e isso não leva a nada bom, ou melhor, a nada bom para o conjunto da sociedade, pois uma casta de beneficiados sempre há.
Há, no Brasil, a fantasia de que o emprego é do funcionário e a empresa empregadora, personificado pelo empresário ou executivo, deseja sempre subtrai-lo por pura maldade. Essa visão não é apenas infantil, é também deletéria para o funcionamento do capitalismo.
A partir do momento em que não se pode demitir, evita-se contratar também. É um padrão observado mundialmente; países com relações trabalhistas rígidos têm altas taxas de informalidade e desemprego.
Não que eu esteja defendendo o vale tudo, com exploração ou trabalho escravo, porém nossa legislação trabalhista só serve para inchar a conta bancária de sindicalistas e carrear recursos para o governo fazer mal uso, como as contas previdenciárias que rendem menos do que a poupança e não se revertem em infraestrutura de qualidade.
Não fazer o que não sabe é sempre uma boa dica; evitar dar palpite onde não tem competência é melhor ainda. O governo e os sindicalistas não conseguem gerenciar nada, além da luta política, de modo minimamente eficiente, por que deveriam ser ouvidos nos momentos de demissão?

observação 1: Façam o que eu digo, mas não o que faço. É o meu comentário a respeito do primeiro período do último parágrafo.

observação 2: Segue abaixo o programa "Sem Fronteiras", da Globo News, tratando da crise mundial do emprego.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Desgovernado

Copiei do blog doClaudio Humberto a seguinte nota:

"Ministros abandonam Brasília no Carnaval

Dos 37 ministros do presidente Lula, apenas dois deles ficam em Brasília durante o carnaval deste ano. A maioria deles volta aos Estados para passar o feriado em família, sem “folia”. Outros, como o ministro Orlando Silva (Esportes), que vai desfilar em Escolas de Samba de São Paulo e do Rio de Janeiro, vão aproveitar a folga. A ministra pré-candidata Dilma Rousseff curte a festa em Pernambuco, assim como José Múcio.
"

Pergunto-me então, quem está no volante?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Luz, câmera e história, por favor

Como hoje é a celebração do cinema de Hollywood, tentei me lembrar qual foi o primeiro filme oscarizado que assisti. Com base na lista de premiados, tentei me lembrar, mas não consegui. Foi provavelmente "A Noviça Rebelde" que, sendo da turma de 65 e de temática leve, devia fazer muitas aparições na Sessão da Tarde.
Se não lembro, a explicação é que foram muitos os filmes assistidos. Houve uma época, lá pelos meus 15 anos, em que ser ganhador do Oscar era uma boa razão para que eu ver um filme. Não me arrependo dessa fase, vários são excelentes. "Golpe de Mestre" é dos meus preferidos em todos os tempos. A magia, porém, quebrou-se. Nesta década, vi apenas a metade dos agraciados com o distinto prêmio.
A razão, talvez, é que os próprios filmes americanos, e não só os vencedores do Oscar, perderam muito de seu apelo, ao menos para mim, ao priorizar todos os outros aspectos da trama ao enredo. "O Senhor dos Anéis: o retorno do Rei" é dos piores filmes que assisti em toda a minha vida, rivalizando, quem sabe, os outros dois da trilogia e uma ou outra comédia escatológica.
Cinema é uma obra coletiva, mas tirar os roteiristas do centro da produção é uma péssima opção. Concordo com Chris Anderson, e sua teoria da cauda longa, principalmente nos bens etéreos; também nessa indústria, penso que a chave para o sucesso futuro será extrair pouco lucro anual de cada produção. Isso só é possível quando pessoas queiram assistir aos filmes muitas vezes, o que não acontece quando a única emoção que se consegue com ele é vertigem.
Dizem que a leva deste ano é muito boa, com boas história, ou para denunciar a idade, estórias. Não posso me pronunciar porque não assisti a nenhum. Espero que seja verdade, todos aqueles que gostam de bons filmes só têm a ganhar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Incapacitador de fluxo

Na série "De volta para o futuro", Doc Brown confiava as suas viagens intertemporais à invenção chamada capacitor de fluxo. Capacitor é um dispositivo com a capacidade de armazenar energia quando submetido a um campo elétrico. No filme, ele parecia agir acumulando energia até um limiar em que, descarregando-a rapidamente, permitisse a viagem.
Caso funcionasse ou, dizem as más línguas, existisse, o PAC seria o equivalente político do governo ao invento do Doc Brown. Levando-nos cada vez mais para o passado ou, utilizando o título de José Eli da Veiga ao seu mais recente artigo em Valor Econômico, no qual trata da parte energética do PAC, "acelerando em marcha ré".
Calcado na ideologia estatista, na qual as empresas privadas não têm função maior do que a de empreiteiras, o dito Programa de Aceleração do Crescimento, caso realizasse um terço do prometido pela "mãe" Dilma, seria uma revolução na infraestrutura brasileira. Mesmo assim seria um fracasso social.
Governos devem se ater à função de liderar a sociedade rumo a um futuro melhor, corrigindo as eventuais falhas e coibindo abusos dos entes privados. As ações do programa não apenas deixam a desejar neste critério, como sinalizam para um aumento do peso estatal na economia. Mais Estado significa concorrência desleal para os empreendedores e possibilidades constantes de corrupção e favorecimento.
Gigantismo estatal é sinônimo de subdesenvolvimento, a despeito da renda per capita. Que o Brasil queira ser excepcional, é compreensível. Já que o queira ser trilhando um caminho já conhecido e que nos levou à bancarrota, burrice.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Um grande Maranhão

Entre as coisas que Jarbas Vasconcelo9s disse, uma que causou comoção foi a afirmação de que Sarney transformaria o Senado em um grande Maranhão. Não creio que seja possível. O novo presidente da Casa não tem competência para tanto, qualquer que seja a acepção da frase.
Belo e pobre, o Maranhão é o exato oposto do Senado, com seus gastos ostensivos. Estéril em sua produção legislativa, este ano, pelo menos até o momento, apenas se discutiu cargas, a Casa vê seu prestígio junto a população descendo a ladeira; o estado recupera, aos poucos, junto ao povo brasileiro a posição de jóia da coroa, associada aos prazeres, como celebrizado por um dos seus ilustres representantes literários, Gonçalves Dias, em Canção do exílio.
Tivesse o poder transformador que lhe confere seu colega, Sarney teria feito o Brasil mais parecido com o seu estado natal, mas quê. Foram cinco anos sem nenhuma mudança. Social, cultural e economicamente; o país após a presidência do acadêmico era o mesmo legado por Figueiredo. Posso afirmar que mudanças só ocorrem quando os elementos afetados deixam-se levar, vencendo a inércia. Tudo que o ex-mandatário maior da nação fizer no Senado será fruto da aceitação ou complacência de seus colegas, principalmente se ele virar uma casa da sogra.
Fosse um cidadão maranhense, estaria muito ofendido com o senador Vasconcelos. Comparar o seu lar com uma das casas do Congresso parecer-me-ia uma diminuição. Ainda mais se observarmos o que dele tem-se falado ultimamente.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pura diversão

Para quem acha que o TV Pirata foi inovador em sua nonsense, The Monkees.
Preste atenção no celular do motorista/mordomo, tecnologia em seu estado puro.

<a href="http://www.joost.com/08202u3/t/Monkees-The-Episode-1-Royal-Flush-Digital-Continuous-Edit">Monkees, The - Episode 1 - Royal Flush (Digital Continuous Edit)</a>

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O mínimo

O mínimo que se espera de uma pessoa honrada é que, ao ser caluniada, entre com uma ação contra o autor da dita cuja.
Até onde sei, ninguém moveu uma pena contra o senador Jarbas Vasconcelos.
Ou não há a ofensa, por ser verdadeira, ou não há a honra. Nos dois casos os nobres parlamentares não fazem jus aos postos.

And the winner is

Crysler e GM devem, pelo acordo imposto pelo primeiro empréstimo extraordinário, apresentar seu plano de reestruturação hoje. Estou curioso para saber o que mostrarão aos congressistas estadunidenses.
Como não há salvação para empresas que apresentam déficits operacionais recorrentes, para não falar dos assustadores resultados financeiros, as peças serão verdadeiras obras de ficção, provavelmente ao estilo do realismo fantástico.
Carentes de boa literatura, e pressionados pelos eleitores, os nobres deputados e senadores darão um prêmio aos escritores de alguns bilhões de dólares.
Morra-se de inveja, Nobel.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Grandes empresas, péssimos negócios

O Hopi Hari é tudo que poderíamos querer de uma empresa. Está localizado em um mercado de mais de vinte milhões de pessoas, gera milhares de empregos, produz pouca poluição ambiental e trouxe novas tecnologias, já consagradas no exterior, para aplacar a carência de brasileiros por parques de diversões modernos.
Em dez anos de atividades, atraiu quinze milhões de visitantes, o que lhe garante uma margem operacional folgada, de cerca de 20%. Esses atributos deveriam fazer feliz qualquer proprietário, entretanto, como informa Vanessa Adachi, no Valor Econômico de hoje, os fundadores de parque - GP Investimentos e os fundos de pensão Previ, Funcef, Petros e Atlântico - estão se desfazendo do negócio, passados às mãos da consultoria Íntegra, sem receber um centavo em troca.
Essa aparente contradição acontece porque o Brasil é campeão mundial indiscutível de juros reais. Sendo operacionalmente compensador, o Hopi Hari foi sempre um sorvedouro de recursos no front financeiro, acumulando, da sua criação até setembro do ano passado, 654 milhões de reais em prejuízos.
Tal desastre empresarial é emblemático das condições nacionais para a manutenção e criação de negócios saudáveis. Qualquer empreendedor que queira aplicar capital próprio deve ter sua sanidade mental investigada, pois há poucos negócios capazes de remunerar melhor do que a Selic, e quem pedir empréstimo para abrir uma empresa deve ser internado na psiquiatria sumariamente.
Mudar esse quadro deveria ser a missão precípua de todos os governantes brasileiros. Os passados e, sobretudo, os atuais, no entanto, preferem se concentrar em aumentar os gastos, solapando a queda da dívida pública e, consequentemente, dos juros. Não há milagre que desenvolva um país assim. Mesmo porque já tivemos o nosso, e os santos e sua obra mostraram-se do pau oco.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cenas da Grande Depressão

A maior crise que o capitalismo já vivenciou não trouxe apenas miséria, grandes obras de arte também emergiram daqueles tempos revoltos.
Segue aí uma delas, cortesia do Joost e seus patrocinadores, da lavra do senhor Charles Chaplin. Um inglês que fez fortuna nos Estados Unidos e terminou exilado na Suiça, na época em que não havia controvérsia visível a respeito de imigrantes por lá.
Em "O Vagabundo", a vida era dura, mas, como dizia Bezerra, malandro é malandro e mané é mané, em qualquer tempo e local. Podemos, então, ter esperança; não vivemos o fim do mundo ainda.
Divirtam-se.

<a href="http://www.joost.com/05900t4/t/Charlie-Chaplin-The-Vagabond">Charlie Chaplin -The Vagabond</a>

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mais um plebiscito

O plebiscito de amanhã na Venezuela é apenas mais uma nota da balada do louco.
É uma cartada desesperada. Chávez sabe que não terá sobra de caixa para mais um ano de distribuição de bondades entre as camadas pobres de seu país. A PDVSA já está enfrentando problemas e atrasando metodicamente os pagamentos às prestadoras de serviços que realmente extraem o petróleo.
A comercialização de produtos petrolíferos segue uma agenda de pagamentos na qual há um atraso de cerca de 90 dias entre a entrega do produto e a quitação. A Venezuela, portanto, só agora entrará na fase de receber os preços deprimidos da commodity, e, como o parágrafo anterior demonstra, os problemas já apareceram. Esse foi um dos motivos para a votação ser feita tão pouco tempo após a emenda constitucional passar pelo congresso.
A história é cheia de exemplos de depressão econômica seguida de mudanças de regime. O próprio venezuelano é um deles. Quando assumiu, há dez anos, o preço do óleo bruto estava cotado na casa dos 10 dólares, muito abaixo da média do século, o que impulsionou sua campanha oposicionista.
Em seu tumultuado governo, o tenente-coronel aprofundou a dependência venezuelana de artigos importados e concentrou as exportações no hidrocarboneto. Aplicando o chamado socialismo do século XXI, solapa a formação de mercados livres em seu país e, consequentemente, a criação de empresas. Subsidia pesadamente a gasolina e produtos de primeira necessidade em pontos de venda selecionados, ligados à PDVSA ou ao governo federal, e criou programas sociais assistencialistas. Semeou, enfim, a tempestade que colherá.
Não consigo enxergar um longo futuro para Chávez no poder. Vença ou não o plebiscito, será brevemente confrontado com queda de popularidade mais aguda do que enfrenta agora. O ideal seria que perdesse, a transição poderia ser mais ordeira. Um pato manco, para citar os inventores do presidencialismo, sem direito a reeleição é melhor do que um com. O destino, porém, não parece estar sendo bom com a Venezuela neste século, é provável que o sim vença.
Um Bolívar antes e um depois da emancipação parecem ser a receita ideal para o desastre.



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Regime personalista

Faz muito, desde 1989, com um breve interregno no imediato pós-Jânio, o Brasil é governado por um regime que é nominalmente presidencialista, mas na verdade é personalista, no sentido de procurar se erigir em torno da figura do presidente e não das instituições, inclusive a Presidência. Um absolutismo eleito, ou nem isso.
É óbvio que tal regime não pode prosperar. O culto a pessoa é um dos mais claros sinais de primitivismo político e tem como conseqüência apenas uma coisa, o autoritarismo. Somente o sentimento de que não se deve nada às instituições pode levar ministro de Estado, bancado pelo presidente, a tomar para si a responsabilidade de reformar a decisão dos tribunais europeus e da comissão puramente brasileira e criar um incidente internacional, como o comentado por João Melão Neto, hoje. Total confusão entre o legal e o legítimo, confundida com soberania. Como se soberania fosse a obrigação de errar sempre que possível.
Esses governos tendem a considerar primeiro os interesses de seu comandante e depois, e longinquamente, o do povo que ele deveria representar. Daí vêm a diplomacia secreta, abordada superficialmente na postagem de ontem, e a personificação da nação na figura eleita, como faz um outro ministro de Estado, responsável pela formulação da política externa do país, na entrevista abaixo:

.

Fortalecer as instituições traria verdadeira democracia para o país. Um Congresso digno desse nome não aceitaria o papel de apêndice do Executivo e seria cobrado pela imprensa e pelos eleitores como um poder independente. Um sistema judiciário que não permitesse as chicanas que compelem os governos de todos os níveis a praticar ilegalidades ganharia muito em prestígio junto ao povo.
Não sou, de fato, presidencialista, mas o que seria um regime ruim em situação normal, na América Latina, em geral, e no Brasil, em particular, cria disparates mil. Como é o único regime que temos no momento, temos que fazê-lo funcionar. Reconhecer que não é normal o absolutismo personalista, a não-separação dos poderes que encontramos aqui, é o primeiro passo para que o conserto seja feito.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ponto sem nó

Nove décadas atrás, o Nobel da Paz Woodrow Wilson lançou seus 14 pontos. O primeiro era o fim da diplomacia secreta.
Hoje, é destaque no Brasil que nosso país teria pedido ao Paraguai que as negociações sobre as mudanças tarifárias de Itaipú fossem feitas ao largo do escrutínio da imprensa; negado pelos vizinhos.
Já havia me referido ao desejo do governo de correr célere para o passado. E ele está acelerando. Passou do primeiro para o terceiro filme.
Dance, Eastwood, dance.

Azia hepática ou não?



Pergunto-me, Lula lê jornal ou não? Se sim, mentiu ou mentiram; ele, o jornalista de Piauí ou ambos. Se não, mentiu na convenção de prefeitos. De qualquer forma, alguém mentiu.
Se não está havendo antecipação de campanha, posso afirmar que não há demagogia em Brasília, a responsabilidade fiscal não corre perigo e todos os congressistas são anjos.
Sou como o senador Collor, preciso que vocês acreditem em mim. Não me deixem só.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Mesquita negra: o perigo é que se torne um padrão



Reportagem sobre a mesquita frequentada por negros em São Paulo.
O detalhe aqui é que os fiéis que ali encontraram a expressão de sua religiosidade parecem estar formando um gueto. Isso, que não é parte da tradição brasileira de integração de imigrantes, é um perigo muito grande se se configurar como um padrão.
O Brasil nunca foi um grande receptor de muçulmanos. A maior parcela dos chamados "turcos" que aqui aportaram era de católicos libaneses, mas uma menor confessava o islamismo. Tanto uns quanto outros foram assimilados pela sociedade.
Os mostrados na reportagem parecem estar criando o seu próprio mundo e, o que é muito pior, baseando-se em um modelo fracassado como integrador, que é o movimento negro norte-americano.
Espero estar errado, e que minha impressão não se confirme. A tradição de aceitação da diversidade religiosa brasileira não merece isso.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Desafios prementes

O programa Espaço Aberto, da Globo News, que está reproduzido abaixo é realmente imperdível. Trata de dois problemas urgentes: a crise ambiental e a deterioração do sistema econômico vigente internacionalmente.
Sendo parte do mundo, o Brasil não pode furtar-se a tentar resolvê-las, embora esteja, em um primeiro momento, menos exposto a elas. Dizer que estes são problemas do companheiro giorgibuchi nunca foi uma opção séria, e nem é mais possível, então temos que encarar os desafios de frente. Assistir a este vídeo e refletir sobre ele já é um bom começo.
Pelo menos não poderemos falar: Eu não sabia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

De grão em grão



A reportagem acima fala de um setor que está enfrentando a crise de modo bastante razoável, mas também de algo que deve ser visto como um norte para o nosso país.
Muito se tem falado de um suposto modelo asiático de desenvolvimento, significando chinês. Nos anos 50, falava-se do modelo soviético. Nos 70, no japonês. Nos 90, no dos tigres asiáticos. Ninguém falava, mas houve, nesse meio tempo, o milagre brasileiro. Todos eles baseados em imenso aumento do capital industrial e, conseqüentemente, da produção per capita, a chamada produtividade.
O problema é que, como tudo o que envolve o PIB, a noção de produtividade é muito enganosa. Muitas vezes, para não dizer na totalidade, o emprego mais "produtivo" não é o melhor para o país ou para o trabalhador. Utilizando dados do Statistical Abstract of United States, Paul Krugman, no início da década passada, demonstrou que as atividades que agregam mais valor por trabalhador são, em geral, as extrativistas, seguidas das de indústria de base. São, compreensivelmente, as com pouca mão-de-obra e muito capital físico empregado e, portanto, as de mais fácil controle pelos governos.
Todo o governo autoritário que pretende se impor economicamente, e aqueles que se inspiram neles também, como o nosso, inicia um programa de implantação deste setores econômicos. Recursos que poderia ser melhor utilizados pelo espraiamento dos investimentos são imobilizados por critérios mais políticos do que econômicos, em verdade, pela facilidade de controle.
Melhor faz quem agrega valor por produto, empregando mais mão-de-obra, desde que mantenha a possibilidade de venda -resumindo, que o artigo não seja muito caro-, do que quem faz por trabalhador. A segunda alternativa é a explicação para a concentração de renda que ocorre nas economias de rápido crescimento. No Brasil, pode-se ver esta realidade comparando as economias das regiões mais "produtivas", as regiões metropolitanas, com as mais justas socialmente. Ver-se-á uma correlação inversa quase perfeita.
Países como o Brasil, que já escaparam da "Lei da Gravidade" da pobreza, deveriam fazer o possível para que cada centavo investido gerasse empregos de qualidade e fosse empregado pela iniciativa privada, ficando o governo a cargo daquilo que é sua obrigação e anda fazendo mal e porcamente, como saúde, segurança e educação.
Nenhum país asiático é meta para o Brasil, simplesmente porque são por demais diferentes, culturalmente, de nós. Se for usar algum, contudo, olhe para as democracias, raras por lá, do Japão e Índia. Elas já perceberam que a melhor forma de desenvolver-se é investindo nas pessoas. O primeiro vende para o exterior inovação tecnológica; a segunda, sistemas computacionais e serviços de atendimento. Não é errado vender minério de ferro e soja, mas sustentar centenas de milhões com qualidade de vida desta forma é impossível, então é melhor procurar outras coisas para fazer. A despeito do que os governos possam achar, mais vale encher o papo aos poucos, do que a indigestão do empanturramento rápido.

Deputado do castelo

O nobre deputado errou ao deixar as funções de vice-presidência e corregedoria da Câmara.
Se não tinha nada a temer, por estar certo, deveria se manter firme nas posições que ganhou pelo voto. Caso o contrário, e pretende sair do escrutínio da imprensa submergindo ao anonimato do baixo clero, só o abandono total dos direitos, e deveres, a que um parlamentar está sujeito seriam agravo suficiente.
O meio termo depõe contra o acusado; é praticamente uma confissão de culpa.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Caminho certo



A reportagem acima trata do papel sintético. Normalmente, eu não defenderia aqui um material que utiliza derivados de petróleo em detrimento de um da agricultura, mas abrirei uma exceção. Isso se dá, principalmente, porque o produto tem todas as característica da minha defesa da valorização do patrimônio e do nível de emprego. É proveniente da reciclagem, poupa insumos importantes, no caso água e energia, e pode gerar produtos mais duradouros.
Apesar de ser usado a séculos como repositório do conhecimento humano, o papel celulósico é uma mídia muito frágil. Não sobrevive à umidade, aos fungos,aos insetos e ao fogo, fazendo com que as bibliotecas, ao menos as bem estruturadas, sejam de manutenção bastante custosa. A popularização da tecnologia pode fazer com esse custo caia muito. Ambiente mais úmido protegeria de incêndios, a tolerância natural do plástico às demais ameaças aos livros faria o resto do trabalho. Muitas cidades carentes poderiam ter seus acervos Brasil afora. A durabilidade também faria o custo dos programas de fomento à leitura reduzirem-se a longo prazo.
Além dos ganhos adicionais da melhor utilização das resinas plásticas que seriam de outra maneira descartada, a externalidade do emprego de grande massa de recicladores seria muito útil no momento em que há pouco incentivo ao reuso de embalagens, e, portanto, do serviço que gera renda a uma população pouco instruída e de difícil empregabilidade, que de outra forma teria sua renda restrita aos diversos programas públicos de transferência de renda. A opção atual, o papel proveniente de celulose de eucalipto ou pinus, garante renda para a agricultura, mas pouco emprego.
Como vê-se, esta tecnologia nacional de utilização de rejeitos pode e deve ser empregada para a melhoria da vida da população. O tempo dirá se será.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mais Battisti

Debate na Globonews sobre o caso Cesare Battisti.
Notem que há duas razões, no parecer do debatedor pró-réu: o Brasil é um país soberano e os governos da Itália renegava o socialismo na época da morte. Para ele, também, o atual é de direita, o que lhe tira os méritos.
Então está combinado, qualquer um que queira a mudança de regime em seu país, para um de esquerda, pode matar quem bem entender e fugir para o Brasil. Aqui será coroado.
Só para constar, entre as mortes atribuídas ao grupo de Battisti estão a de um açougueiro e a de um joalheiro. Dá para entender os motivos pelo qual perderam a vida; ricos comem carne e compram jóias, quem os serve tem que comer capim pela raíz, não é PAC (Proletários Armados pelo Comunismo)?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O perseguido

Pobre homem em seu castelo, quer dizer, no castelo de seus filhos. Que culpa tem o infeliz se os meninos esqueceram-se de declarar o bem? E, agora essa, perseguição em seu próprio partido.
São realmente desventuras em série. Não me admire que tal homem tenha se insubordinado para concorrer ao cargo de corregedor da Câmara, com tantos vendo maldade em tudo, o melhor é se prevenir, remediar pode custar caro; honorários advocatícios estão pela hora da morte.

Para quem quiser ouvir mais sobre o assunto, uma palhinha de Lúcia Hippolito na CBN.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Negação do Holocausto

Pode ser um excesso de liberalismo da minha parte, mas não aceito muito bem as leis contra a negação do Holocausto (em inglês). Parecem-me demagógicas e totalitárias, pois retiram o discernimento daqueles que não acreditam nele e lhes tapam as bocas. O mesmo vale, na minha opinião contra as leis que vetam a propaganda nazista ou racista.
É evidente que acredito que houve o Holocausto, sou contra a apologia da discriminação de qualquer tipo e assemelhados, condescender, contudo, com a censura prévia não posso. Tem tanto direito de existir a visão do perdedor quanto do vencedor, a despeito das suscetibilidades de uns ou outros.
Se um punk, um bispo rebelde ou um chefe de Estado negam o Holocausto, posso discordar deles, posso protestar, posso até gritar "Por qué no te calas?", mas não posso exigir mais. Opiniões são para todos, querer sufocar uma é o primeiro passo para a ditadura ou, nas palavras de Hayek, o caminho da servidão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Popularidade recorde ou vai entender.

Realmente descolado da realidade o índice de popularidade de Lula.
Se quase todos reconhecem que há uma crise econômica, que os políticos não prestam, que as instituições estão falidas e tudo mais de ruim que é atribuído ao nosso futuro, como é possível que o nosso Presidente seja assim tão bom, e que nosso futuro será melhor?
Já parei há muito de tentar entender à reação do brasileiro médio ao o que os olhos dele vêem. Já até declarei que perdi a confiança no nosso povo, mas sou um pouco otimista com relação ao futuro de nosso país. Totalmente incoerente? Talvez, pois o mesmo é feito pele seu povo. Parafraseando, contudo, Falcão: O povo não é tudo, mas é 100%. É importante, porém não define o resultado final.
Poderemos ter sorte daqui para a frente e as coisas se ajeitarem apesar de nós, foi mais ou menos o que aconteceu até agora. Enquanto não forem necessárias intervenções humanas, a esperança vive.
Incompreensível? Nada a ver com nada? Pois é, também acho.

Segue abaixo manifesto do filósofo:

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rebeldia

Diz-se da rebeldia que cai bem só aos jovens. O escritor José Ribamar Ferreira de Araújo Costa não concorda. Aos 78 anos, membro mais antigo da Academia Brasileira de Letras, na qual ocupa a cadeira que foi de Tobias Barreto, poderia estar em casa, como aconselhou-o estimado amigo, curtindo uma aposentadoria tranqüila, quem sabe os bisnetos, se é que os tem.
Mas não, rebelou-se, mantem-se na vida pública, enfrentando os desmandos do governo de seu estado natal, o Maranhão. Quer ficar a serviço do povo brasileiro até que não lhe restem mais forças.
Hoje, foi eleito novamente para um dos cargos mais importantes da República. Traz como grande aliado seu xará de Alagoas, José Renan Vasconcelos Calheiros, cabo eleitoral que, aparentemente, mobilizou forças hercúleas. É o "novo" presidente do Senado.
É a renovação da qual o Brasil precisa. É o retrato do país. Se tem tanto Zé na Paraíba, por que não em Brasília?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Aguapé: a mão na roda

Voltando ao velho Anuário Agrícola. Quando do lançamento da publicação, o que mais me impressionou ao ler sobre as diversas culturas brasileiras foram as diversas qualidades do aguapé. Segundo ela, essa planta era a de maior capacidade de fotossíntese entre as conhecidas. Tem, ou tinha - não sei se encontraram outra ainda mais eficiente -, portanto, a maior capacidade de usar energia solar para produzir matéria orgânica, através da fixação do gás carbônico.
Nem imaginava-se a possibilidade do etanol celulósico, porém a cultura já era vista como promissora em agroenergia. Cálculos da companhia energética Cesp, à época, diziam que 10% das represas de Americana, Billings, Barra Bonita e Bariri, caso utilizadas para cultivo de aguapés, forneceriam colheitas diárias de 14211 toneladas da planta, que poderiam produzir energia equivalente a 293000 litros de petróleo (aproximadamente 1800 barris), em uma proporção de 32 metros cúbicos por tonelada, com 65% de metano em sua composição. Pouquíssimo para uma área tão grande, poderia qualquer um dizer, mas vindo de uma área impossibilitada de uso por contaminação por material orgânico, onde os aguapés florescem, parece um presente dos deuses.
Notem que aqueles eram tempos pré-ecochatimos e Rio-92, nos quais as intenções das pesquisas eram apenas prover o Brasil com recursos naturais então escassos, água limpa e combustíveis, mas hoje já se imaginam muitos outros usos para a planta, como este e este, com ênfase nas reduções de custo do tratamento de efluentes, um dos programas sanitários em que o Brasil está mais atrasado.
Resta, contudo, ainda a alternativa da exploração energética. Demanda pelo gás há. O Brasil importa da Bolívia 24 milhões de metros cúbicos diários, ou, caso mantidos os mesmos parâmetros de eficiência de 20 anos atrás, mais de 16 milhões de toneladas de aguapé. Número aparentemente impossível de ser alcançado, pois representa o uso de algo como 28 milhões de hectares para a cultura, considerada a produtividade de 200 toneladas por hectare por ano, algo como 4 vezes a área utilizada pela cana. O que equivale a dizer que, caso fosse incentivada, a produção teria mercado cativo.
Os serviços ambientais potenciais são, porém, a melhor atração atual da planta. Retirando o carbono atmosférico eficientemente, filtrando a matéria orgânica dos cursos d´água e sendo utilizada como adubo orgânico e cobertura vegetal de solos utilizados para outras culturas, ela pode servir para diminuir a insustentabilidade da relação rural-urbana, que apenas retira nutrientes do primeiro e não os devolve, fazendo da suplementação de adubação química imprescindível. Consorciado com a piscicultura, suprir parte da proteína consumida pela humanidade. A energia é, neste contexto, um bônus.
Nossas fauna e flora nativas oferecem-nos potencial imenso para que lidemos com os problemas, atuais e futuros. Cabe-nos saber aproveitar as oportunidades e criar as tecnologias necessárias. Esperar que outros façam isso por nós apenas fará a dependência externa agudizar-se. É o que queremos?