Desde o princípio do movimento político formado ao redor da idéia ecológica, a idéia de sustentabilidade tem se firmado como o carro-chefe do discurso pelo que seria uma nova inserção do homem no mundo, mais justa e blá, blá, blá. Tudo muito bonito e muito errado.
Só são sustentáveis ecologicamente os sistemas fechados, ou quase, em que há reclicagem de nutrientes. Os atuais sistemas econômicos humanos são, por natureza, abertas, com o transporte de elementos em escala mundial. Não é por outra razão que as florestas resistiram milênios antes que a exploração intensiva fizesse sua área entrar em uma espiral descendente quando nossa espécie conseguiu adquirir um mínimo de tecnologia.
A urbanização acelerada só contribui para aumentar ainda mais a insustentabilidade. O processo existente hoje é o de concentração de nutrientes onde não podem ser utilizados, como os lixões e aterros sanitários, depois de serem retirados de fazendas ou coletados por pesca ou caça, onde seriam necessários. Dizer que reservas extrativistas podem manter a produção indefinidamente é desconhecer a biologia e a história. É negar a chamada Revolução Verde do século passado.
Conter a deterioração do meio ambiente é imperioso. Mas a pior base para isso é a mentira, a mistificação ou uma mistura das duas. Tentemos preservar, mas sabendo que todo o consumo traz conseqüências.