quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

É só enfrentar as petroleiras

A conversa fiada de que se precisa pesquisar mais para que o petróleo deixe de ter a predominância que hoje ocupa na economia mundial nada passa disso, conversa fiada.
A se fiar em um termo caro às ex-esquerdas bravateiras deste país ao é necessário nada mais do que vontade “política”.
Vamos tomar, por exemplo, o consumo de derivados de petróleo para transporte, que este gráfico diz ser a parte do leão do consumo nos Estados Unidos.
As tecnologias já utilizadas com carros híbridos (combustíveis líquidos e eletricidade) acarretam um ganho de eficiência energética médio superior a 100%. Caso toda a frota estadunidense fosse substituída por um ato de mágica em veículos com esta tecnologia, o consumo de petróleo por esta nação seria 31,5% menor e a sua dependência externa se reduziria a menos da metade da atual.
Haveria um custo da mudança de tecnologia? Claro que sim, mas é certo também que outros custos escondidos no uso de petróleo, e cada vez mais explicitados pela mídia internacional, seriam abandonados.
E como se poderia fazer com que os custos fossem rateados? De maneira politicamente correta e com menor desgaste eleitoral - através de benefícios fiscais para os compradores de carros híbridos - ou de maneira truculenta - com a adoção de impostos aos combustíveis fósseis que façam com que a utilização dos carros de combustão interna comum seja mais cara do que a dos híbridos -, não importaria, desde que o resultado final fosse o abandono da tecnologia mais antiga.
Esse é apenas um exemplo de como podemos diminuir em muito o uso do petróleo sem a necessidade de nenhuma inovação tecnológica ao que já está totalmente em uso comercial. Muitos outros podem ser verificados em todos os usos do petróleo, só carecem de ação. E deixar as grandes petroleiras na saudade
Que falta faz uma boa vontade política, de verdade.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Pleitiando a vaga com uma republicação

Se o senhor W. Bush quiser um assessor especial para assuntos aleatórios, já sabe onde procurar; segue aí um texto de 2005 com a política que este pretende começar a aplicar agora.
Como vocês vêem, não é preciso ser nenhum gênio para colocar em prática boas políticas. É só pegar as coisas que estão à mão.
O texto é o seguinte:

Vamos variar, Mister Bush

Não é só o administrador brasileiro que tem dificuldade de dar uma leitura holística dos problemas que lhe são apresentados.
Se concatenassem as coisas, muitos problemas considerados insolúveis seriam equacionados. Vamos pegar dois problemas norte-americanos, que se subdividem em uma porção, e apontar uma solução conjunta para eles.
São eles a imigração demasiada dos pobres da América Latina e África para lá e a outra é a extrema dependência do petróleo produzida por um punhado de países.
Todos nós sabemos que América Latina e África são regiões potencialmente imbatíveis na produção agrícola, mas dependentes de capital externo e de tecnologia para implementar suas potencialidades. São também grandes produtores de gente, e de imigrantes.
Sabemos também que imigração é normalmente a última opção para as pessoas, feita só quando as esperanças de uma vida digna se esvaem. Mais uma coisa, que a agricultura é uma das atividades humanas mais intensivas em uso de mão-de-obra. Juntando uma coisa a outra, porquê não financiar a agricultura nestes países em vez de gastar uma fortuna tentando evitar a chegada de uma leva de imigrantes; cercando fronteiras, utilizando aviões, etc.
E quanto a dependência do petróleo? Com base na potencialidade da biomassa como integrante da matriz energética do mundo, utilizar os países já citados como base produtora de biodiesel, álcool ou seja lá qual tecnologia de biomassa, poderia suprir as necessidades deste países produtores, diminuindo a demanda pelo petróleo, e até gerar excedentes exportáveis. Seria um ferimento de morte na OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) e ajudaria a diminuir os custos de adoção destas novas tecnologias (algumas nem tão novas assim).
Juntando os dois teríamos imigrantes potenciais vivendo em suas próprias terras, diminuiríamos a pressão sobre o petróleo como base da matriz energética e incluiríamos consumidores para os capitalistas se fartarem.
É certo que não seriam programas baratos. Mas os recursos estão disponíveis, é só examinar o orçamento direito. Tem as verbas do subsídio agrícola (dizem que é mais de um bilhão por dia), das guerras por petróleo, da promoção comercial, da ajuda aos países subdesenvolvidos, da promoção de energias alternativas, etc.
E todas teriam externalidade positivas. Desviando os subsídios dos fazendeiros norte-americanos para os de países realmente necessitados implantarem as lavouras energéticas, as distorções nos mercados mais sensíveis (algodão, soja, milho, etc) seriam suprimidas. A renda gerada criaria mercados para os produtos e serviços “yankees”, muitas lutas tribais poderiam deixar de ocorrer junto com o fim da miséria Enfim um negócio lucrativo para todos exceto os barões do petróleo, das armas, da ajuda externa, da política corrupta.
Exatamente o tipo de coisa que não é colocado em prática, sempre que um barão é prejudicado as coisas andam devagar, imagine com tantos.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Não se mirem no exemplo europeu

Em um dos raros momentos em que resolvi ler o que diz a chamada esquerda brasileira me deparei com um texto de um dos que se esmeram em ser porta-voz desta visão de mundo que ele pensa ser de vanguarda, Emir Sader.
Procurando ser um intérprete da América Latina para os que não a entendem, conclui sua explanação com o seguinte:

“É um continente que não se deixa aprisionar pelos esquemas liberais e eurocentristas, que se rebela, que constrói e reconstrói suas alterantivas de novas maneiras, aprendendo das experiências passadas e refazendo sua história presente. Promovendo as surpresas que fazem da América Latina a nova toupeira do século XXI.”

A verdade é que agora preciso de um intérprete para interpretar o intérprete da América Latina. Não sei o que significa alterantivas, mas deve ser muito bom esse negócio, já que faz do sub-continente uma toupeira(?) do séc. XXI.
E já que não nos deixamos aprisionar pelos esquemas liberais e eurocentristas devemos louvar a Deus, qualquer um deles, pela nossa prosperidade e paz social. Já pensou o caos que estaria aqui caso nos espelhássemos na Europa e sua miséria generalizada e ditaduras libertárias à moda bolivariana?

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Voltando ao Furtado

Depreende-se da leitura que não houve uma diversificação maior da economia durante a história econômica brasileira porque havia sempre uma atividade tão mais lucrativa que as demais que não existia nenhum sentido em aplicar qualquer fator de produção em algo não diretamente ligado na atividade da vez.
Desta forma só havia comércio pela razão que alguns itens eram essenciais ao funcionamento dos engenhos, no ciclo do açúcar, e não podiam ser produzidos dentro da fazenda e havia os entrepostos comerciais que formaram uma infinidade de vilas e cidades no sul fluminense e sudeste mineiro, no ciclo do ouro, pela razão de que não se podia fazer a viagem que trazia os equipamentos de lavra do litoral e os minérios do interior sem o suporte destes.
O fato é que agora este mecanismo se repete, só que a atividade que suga todos os recursos potencialmente alocáveis estão indo para algo totalmente estéril, o financiamento da dívida pública.
Estéril em dois sentidos, não gera produção e empregos e não gera serviços públicos de qualidade.
A manutenção de juros nesta faixa em que o BC insiste em dizer ser o mínimo que nossa economia suporta sem surtos inflacionários é uma aplicação muito descarada do favorecimento das elites que sempre fez o Brasil concentrar renda.
Mais uma fez o pai do fenômeno pode dizer que nunca na história deste país se fez algo tão inovador para favorecer aos ricos, que como ele mesmo disse, nunca ganharam tanto dinheiro quanto no seu primeiro mandato.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Furtado

Vejam só vocês, depois de ouvir por anos afins que Furtado disse isso, Furtado disse aquilo, resolvi conferir o que o pensador tinha a falar no seu livro mais famoso, “A formação econômica do Brasil”.
Antes mesmo de falecer em 2004, o economista já era considerado um santo pelos esquerdistas e pelos “desenvolvimentistas” de todas as matizes.
E dá para entender perfeitamente, já que seus escritos, provavelmente com uma concepção nova para a época, mostra uma visão completamente condizente com o pensamento que, utilizando uma expressão popularizada pela Veja, é a vanguarda do atraso.
Furtado diz que durante toda a história econômica retratada por ele, e o detalhe é que o livro é de 1959, o setor exportador foi amplamente favorecido por políticas deliberadas em detrimento dos demais setores da economia – o que, diga-se de passagem, não é nenhuma novidade para mim e nem para ninguém – e em alguns períodos houve o congelamento cambial, em condições extremamente desfavoráveis para o consumidor, para que a nascente indústria ganhasse competitividade.
É claro que Furtado defendeu estas políticas deliberadas, uma vez que o pobre capital produtivo tinha que ser fomentado, gestado, cuidado, alimentado, etc... e que se dana-se o resto da população, simples fator de produção a ser manejado pelos produtores.
Não é de causar espanto que uma visão seja endeusada por um amplo espectro da política. Afinal o povo mais a esquerda pensa no ser humano como uma engrenagem do sistema e o mais a direita como um insumo, mas me admira muito a admiração que suas idéias do que é certo e errado para a economia nacional seja apoiada por alguém de perfil, digamos, centrista.
E me admira mais ainda que pessoas ligadas ao governo atual queiram a todo custo aplicar o receituário desenvolvimentista explicada na obra, é simplesmente mais do mesmo que foi aplicada no país durante toda a nossa história, excetuando-se o denegrido período “neoliberal” que estamos vivendo agora. Ou seja, mais do mesmo que nos levou à situação que chegamos hoje.
Não me parece sensato, mais, oras, a sensatez é uma qualidade supervalorizada no mundo, não?
De concreto, pode se ficar com um comentário da contracapa da edição que eu li, retirada de Celso Furtado (Francisco de Oliveira, 1983): “ninguém, nestes anos, pensou o Brasil a não ser em termos furtadianos”. Creio que isso se aproxima muito da verdade, o que só vem a confirmar o rodriguianismo que diz que toda a unanimidade é burra.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Inflação sobre controle, apesar de tudo

Observando o noticiário econômico dos últimos tempos vê-se que há uma preocupação dos analistas, entrevistados e videntes cada vez maior com a indexação da economia pretendida pelo governo Lula.
Não estou preocupado com isso, não por achar que a indexação é boa ou mesmo que não existirá. Ela nunca desapareceu da face do nosso país, pelo simples fato de que já está presente em grande parte do nosso território atrelada ao salário mínimo – sobre o que, aliás, já escrevi um artigo aqui neste blog -, e a baixa inflação que estamos vivendo (para os nossos padrões, é claro) não é devida à desindexação.
A baixa inflação é obra da abertura econômica e do câmbio livre, que fazem com que os preços internacionais das mercadorias pressionados para baixo pelas manufaturas asiáticas sejam incorporados à nossa cesta de detecção da inflação. E assim continuará enquanto nossa economia tiver estes dois esteios, permanecerá funcionando pelos padrões internacionais.
Uma possível aceleração da inflação será sentida totalmente no setor de serviços, que não sofre concorrência internacional tão grande (e em alguns casos nenhuma concorrência internacional).
Como nosso consumo de serviços é extremamente baixo, Lula poderá dizer por muito tempo que nunca na história deste país houve um período de estabilidade de preços tão grande e que o salário do trabalhador nunca comprou tantos alimentos e que...É uma porção de mentiras, eu sei, mas mesmo esta mentira acontece apesar dele e não devido a ele.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Outros buracos

Hoje teve Pac e, convenhamos, não consegui ver nada demais no tal programa; um monte de promessas e ataques aos últimos quinze anos de administração pública no Brasil (nota: é engraçado que não se fala mais em herança maldita e se esqueceu de dizer os dez anos antes de nós).
Mas há algo muito importante, caminhões de dinheiro serão despejados em uma Kombi de projetos, vamos ver o que vai sair disso.
Eu tenho uma obra prioritária, espero que seja contemplada. Não sei onde fica e só vi de relance em uma reportagem de tv entre o buraco do metrô e o rompimento do dique, sei que é lá pros lados do centro-oeste, um dos Mato Grossos.
Se trata de um trecho de estrada que foi destruído pelo rio que passa abaixo dele 4 vezes nos últimos 6 anos. Isso mesmo, 4 em 6, e parece que eles seguem reconstruindo a estrada no mesmo lugar e com as mesmas técnicas. Acho até que andam tapando os buracos nela, já que o asfalto nas bordas do trecho que ruiu parecia novo em folha, ou será que isso é porque vivem reconstruindo o trecho?
Será que isso é considerado um erro de engenharia também? Desconfio que sim, mas vai saber, não sei mais o que é certo ou errado na América do Sul.
Mas ando mesmo assim minha sugestão aos aceleradores de crescimento, dêem uma olhada nesta estrada, talvez se ela for feita direito passe há ruir apenas de 3 em 3 anos ou de 4 em 4.
Garanto que haverá um pouquinho mais de dinheiro para investir em outras coisas se isso acontecer.

Obs: uma menção honrosa para a cobertura da imprensa à fissura que se formou em um trecho do acostamento da rodovia Dutra. Nunca uma estrada mereceu link ao vivo por algo tão pequeno.
A rodovia – caso tivesse sentimentos – estaria se achando agora.

domingo, 21 de janeiro de 2007

As voltas que o mundo dá

Muitas vezes não nos damos conta da velocidade das mudanças que estão ocorrendo no mundo, mas um pequeno “causo” que relatarei agora colocará um pouco de perspectiva sobre como isso ocorre em ritmo acelerado.
Em meu último ano na faculdade de jornalismo (1998) meu grupo foi responsável por escrever uma edição especial sobre trânsito da publicação interna da faculdade.
Eu propus que uma das reportagens trata-se do não-trânsito, que nada mais era do que uma opção de vida mais centrada no bairro e no teletrabalho para evitar deslocamentos que demandassem transporte público ou individual. Portanto não estava propondo nenhuma matéria sobre mudança radical de tecnologias e sim uma sobre racionalização da vida urbana.
Resulta que fui tratado como loucos pelos demais integrantes do meu grupo por esta sugestão que não me pareceu nada excêntrica (em verdade vos digo que talvez não tenha sido só isso, mas todo o conjunto da obra).
Passados menos de nove anos, esse delírio que eu gostaria de ter investigado melhor à época parece estar se tornando a tendência. Os grandes deslocamentos de funcionários estão sendo evitados pelas empresas, que estão tentando contratar nas imediações de seus postos físicos, e o teletrabalho está cada vez mais em alta ( segundo Joel Hotkin – em um recente artigo para a revista Newsweek special edition – há 4 milhões de teletrabalhadores em período integral e 20 milhões em tempo parcial apenas nos Estados Unidos), sem contar que existe um movimento para a valorização da vida em comunidade e dos bairros nas grandes metrópoles.
Como vocês vêem, aquela sugestão de pauta passou de coisa de maluco a totalmente normal em menos de uma década, e o maluco nem era visionário.

E as voltas que São Paulo não dá

Na mesma publicação saiu uma matéria sobre o então Fura-fila, que devido ao ceticismo que causava em nós quanto à conclusão da obra, só foi publicada devido a inserções comerciais que o governo municipal de São Paulo estava veiculando sobre a inauguração da obra em emissoras de tv abertas.
As inserções comerciais sumiram, alguns prefeitos sentaram na cadeira (que, aliás, até mudou de local, junto com a sede da prefeitura) e nada da inauguração da obra.
Diz o Kassab que agora vai, veremos.

sábado, 20 de janeiro de 2007

A educação dos potentados

Por mais que se queira personalizar, país não é gente e não pode se dar ao luxo de ser mal-educado. Já os líderes dos países vivem fazendo isso, e sujam a imagem de suas nações e do povo que representam.
Um que acha o máximo ser mal-educado é o Chávez. Sempre nos foi ensinado que não devemos criticar os demais com a intenção de constrangê-los; e é só o que este suposto estadista faz. Muitas vezes na casa do alvo, como ele fez em Nova Iorque ao chamar George W. Bush de diabo. Será que este xingamento trouxe algum ganho diplomático ao seu país ou só o fez porque achou que era uma boa hora para uma ofensa gratuita?
Como maus hábitos se disseminam rapidamente, Evo “ pupilo” Morales também está colocando suas asinhas para fora; vocês devem ter visto a forma como a dupla agiu contra o presidente colombiano Álvaro Uribe na reunião de cúpula do Mercosul (pois é, parece que isso ainda existe, ao menos para gastar nosso dinheiro com a segurança dos supostos líderes).
Resta saber como serão as próximas reuniões de cúpula; será que irão cuspir na mão antes de se cumprimentar? Ou dar uma rápida passada de mãos na bunda?
Quem sabe; nas novelas tão populares na América Latina nunca se sabe o próximo passo ou cena. A nossa política é muito mais imprevisível ainda.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Acabou o circo ...

... da busca de vítimas dentro do buraco e espero que a mídia recobre a consciência de que há uma escala de importância nas coisas.
Não é possível que se trate como desastre de mesma gravidade o que ocorreu na obra do Metrô paulistano é o acidente ambiental no rio Muriaé e aqueles que recebem seus tributos.
Enquanto o primeiro deixou centenas de desabrigados instalados em hotéis de, sei lá, quatro estrelas, o segundo deixou milhares de desabrigados (do tipo que tem como auxílio público no máximo um canto em uma escola para tentar se recuperar do trauma). Podem até me chamar de insensível, mas os desabrigados de São Paulo nem podem ser chamados por esse nome.
É óbvio que a morte de seis pessoas (talvez sete) é uma tragédia, deve ser investigada e os responsáveis devem ser punidos de forma dura; só que a cobertura que esta recebeu é totalmente desproporcional ao número de pessoas afetadas.
Pelo jeito não é apenas atrás de responsáveis que a imprensa deve cavar fundo neste episódio. O bom senso também foi perdido em algum lugar daquele buraco e, talvez, o melhor a ser feito é pedir a ajuda dos bombeiros para auxiliar no resgate.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Moral firme, como gelatina

Vejam como os valores morais andam elásticos no Brasil:
José Janene (vocês já devem ter ouvido falar da figura durante a apuração de algum dos escândalos envolvendo a Câmara Federal) teve uma de suas fazendas invadidas por sem-terras.
Esses sem-terras foram expulsos da fazenda e andam reclamando por aí que sofreram intimidação e, vejam só, não haveria documento de reintegração posse com os jagunços que executaram o serviço.
Então o que acontece é que um grupo de pessoas afronta a lei ocupando terras alheias e intimidando os que lá estão e se sentem tolhidos de seus direitos quando os mesmos métodos são utilizados contra eles; é a justiça de uma única via e a lei do eu posso tudo e vocês nada.
Ao que me parece ninguém tem razão aí, mas é Brasil. Aqui todos estão sempre certos, o único errado é o bom senso.
Quem prega a lei do mais forte acaba sendo ferido por ela, pois sempre há alguém mais forte do que você. Isso é uma certeza.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Socialismo bolivariano? Me avisem a hora de começar a rir.

Estava esperando o verão chegar em São Paulo para voltar a escrever, mas como parece que isso não vai acontecer mesmo, aqui está.
Estas últimas semanas parecem ser de reafirmação do socialismo na América Latina pelo que a mídia tem mostrado (como diz o bolivariano: “Pátria, socialismo ou morte”), que piada.
Estes ditos revolucionários de esquerda que andam ganhando o poder por este confim esquecido do mundo não passam de egocêntricos estridentes, como de fato foram todos os outros mentirosos que se disseram socialistas no século passado, de Stálin a Castro.
Se há uma coisa que é a exata antítese de um movimento socialista (que portanto deveria colocar a sociedade como o ente mais importante e a ser favorecido) é uma ditadura, que impõe a visão de uma parcela desta sociedade ao conjunto, e ainda mais se for personalista e impuser um culto a uma personalidade qualquer.
Figuras que aceitam ser chamadas de “grande timoneiro”, “grande líder”, “farol do povo” ou coisas assim deveriam ser internadas e não ficar no comando de máquinas governamentais, seja lá de onde for.
O fato é que isso não deu certo em lugar nenhum do mundo e nunca dará. As milhares de vítimas que pagam com as vidas e bens e sofrimento psicológico da imposição receberão algum dia uma estátua como as “do soldado desconhecido” espalhadas mundo afora, quanto a mim só espero que a conta aqui no nosso continente seja menos salgada do que ela parece que será.
Nossos povos revolucionários (parece ser um problema insolúvel por aqui) já sofreram demais com as aventuras passadas, espero que não o façam com as presentes.