Muitas vezes não nos damos conta da velocidade das mudanças que estão ocorrendo no mundo, mas um pequeno “causo” que relatarei agora colocará um pouco de perspectiva sobre como isso ocorre em ritmo acelerado.
Em meu último ano na faculdade de jornalismo (1998) meu grupo foi responsável por escrever uma edição especial sobre trânsito da publicação interna da faculdade.
Eu propus que uma das reportagens trata-se do não-trânsito, que nada mais era do que uma opção de vida mais centrada no bairro e no teletrabalho para evitar deslocamentos que demandassem transporte público ou individual. Portanto não estava propondo nenhuma matéria sobre mudança radical de tecnologias e sim uma sobre racionalização da vida urbana.
Resulta que fui tratado como loucos pelos demais integrantes do meu grupo por esta sugestão que não me pareceu nada excêntrica (em verdade vos digo que talvez não tenha sido só isso, mas todo o conjunto da obra).
Passados menos de nove anos, esse delírio que eu gostaria de ter investigado melhor à época parece estar se tornando a tendência. Os grandes deslocamentos de funcionários estão sendo evitados pelas empresas, que estão tentando contratar nas imediações de seus postos físicos, e o teletrabalho está cada vez mais em alta ( segundo Joel Hotkin – em um recente artigo para a revista Newsweek special edition – há 4 milhões de teletrabalhadores em período integral e 20 milhões em tempo parcial apenas nos Estados Unidos), sem contar que existe um movimento para a valorização da vida em comunidade e dos bairros nas grandes metrópoles.
Como vocês vêem, aquela sugestão de pauta passou de coisa de maluco a totalmente normal em menos de uma década, e o maluco nem era visionário.
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