sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Voltando ao Furtado

Depreende-se da leitura que não houve uma diversificação maior da economia durante a história econômica brasileira porque havia sempre uma atividade tão mais lucrativa que as demais que não existia nenhum sentido em aplicar qualquer fator de produção em algo não diretamente ligado na atividade da vez.
Desta forma só havia comércio pela razão que alguns itens eram essenciais ao funcionamento dos engenhos, no ciclo do açúcar, e não podiam ser produzidos dentro da fazenda e havia os entrepostos comerciais que formaram uma infinidade de vilas e cidades no sul fluminense e sudeste mineiro, no ciclo do ouro, pela razão de que não se podia fazer a viagem que trazia os equipamentos de lavra do litoral e os minérios do interior sem o suporte destes.
O fato é que agora este mecanismo se repete, só que a atividade que suga todos os recursos potencialmente alocáveis estão indo para algo totalmente estéril, o financiamento da dívida pública.
Estéril em dois sentidos, não gera produção e empregos e não gera serviços públicos de qualidade.
A manutenção de juros nesta faixa em que o BC insiste em dizer ser o mínimo que nossa economia suporta sem surtos inflacionários é uma aplicação muito descarada do favorecimento das elites que sempre fez o Brasil concentrar renda.
Mais uma fez o pai do fenômeno pode dizer que nunca na história deste país se fez algo tão inovador para favorecer aos ricos, que como ele mesmo disse, nunca ganharam tanto dinheiro quanto no seu primeiro mandato.

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