Observando o noticiário econômico dos últimos tempos vê-se que há uma preocupação dos analistas, entrevistados e videntes cada vez maior com a indexação da economia pretendida pelo governo Lula.
Não estou preocupado com isso, não por achar que a indexação é boa ou mesmo que não existirá. Ela nunca desapareceu da face do nosso país, pelo simples fato de que já está presente em grande parte do nosso território atrelada ao salário mínimo – sobre o que, aliás, já escrevi um artigo aqui neste blog -, e a baixa inflação que estamos vivendo (para os nossos padrões, é claro) não é devida à desindexação.
A baixa inflação é obra da abertura econômica e do câmbio livre, que fazem com que os preços internacionais das mercadorias pressionados para baixo pelas manufaturas asiáticas sejam incorporados à nossa cesta de detecção da inflação. E assim continuará enquanto nossa economia tiver estes dois esteios, permanecerá funcionando pelos padrões internacionais.
Uma possível aceleração da inflação será sentida totalmente no setor de serviços, que não sofre concorrência internacional tão grande (e em alguns casos nenhuma concorrência internacional).
Como nosso consumo de serviços é extremamente baixo, Lula poderá dizer por muito tempo que nunca na história deste país houve um período de estabilidade de preços tão grande e que o salário do trabalhador nunca comprou tantos alimentos e que...É uma porção de mentiras, eu sei, mas mesmo esta mentira acontece apesar dele e não devido a ele.
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