Em duas semanas seguidas a revista Veja recheou suas página internas com matérias que dizem, em suma, uma coisa: a informalidade é o motor (freio-motor, é claro) da falta de crescimento da economia brasileira.
É claro que cada momento é um momento, mas, eu me pergunto, como era a formalização da economia há 30 anos?
Será realmente que nossa economia está se tornando mais e mais informal ou ela se mantêm da maneira que sempre foi?
Sinceramente não tenho a resposta. Mas desconfio que as coisas são mais ou menos da maneira que sempre foram. Só estamos recebendo mais notícias a respeito da informalidade.
Vejam meu ponto de vista.
Quando se deu o milagre brasileiro a grande maioria da população vivia no campo, e grande parte das relações de troca eram exatamente isso, troca (ou escambo, a forma mais precisa e incomum de se dizer); mais informal impossível.
Um diferencial importante hoje em dia é que se faz muito mais espuma sobre o assunto com a universalização da previdência social, com as pressões externas pelos direitos a propriedade intelectual, etc...
Não estou querendo dizer com isso que sou a favor da informalidade, que em alguns casos não passa de crime mesmo, só estou tentando dizer que o buraco é muito mais embaixo.
Creio até que o maior problema não é a informalidade de uma parte da nação e sim o excesso de formalismo da outra parte.
É a inexplicável via-sacra que temos que percorrer quando tentamos abrir uma empresa; é o caminho para o purgatório quando devido a uma obscura mudança de norma nos joga na irregularidade; é a dificuldade de acesso à justiça e todos os outros suplícios que um empreendedor sofre no exercício da função.
Em resumo, o que nos atrasa é o setor público e a sua falta de competência.
Tentar jogar a culpa em outra instância é muito cômodo, porém não é verdadeiro. A informalidade da nossa economia é um processo histórico que começou em um ponto indeterminado e talvez nunca terminará. A patinada econômica se iniciou há 25 anos.
Algo mais tem que explicá-la.
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