terça-feira, 7 de maio de 2013

Servos cubanos?

É normalmente inútil criticar anúncios de governos, pois eles tendem a entrar para a história apenas como isso mesmo, anúncios, mas esse traz tantas questões problemáticas que serei obrigado a comentar.
Começa pela simples derrubada do sistema brasileiro de ensino superior. Não existe, até onde sei, reconhecimento automático de diploma estrangeiro neste país. E, para praticar a medicina, é necessária a posse de um diploma reconhecido pelo Mec (não que eu seja favorável a isso, como já afirmei aqui e aqui e umas tantas outras vezes em todos os meios aos quais tive acesso). Como eles resolverão esse probleminha? E será apenas para os cubanos? É o sistema de ensino de lá reconhecidamente melhor do que no resto do mundo?
Continua com o acerto, entre governos, de um número certo de imigrantes. Não têm os fulanos a possibilidade de negar a vinda. São os médicos cubanos conscritos para não poderem recusar entrar nas roubadas que os brasileiros não querem. São escravos do Estado castrista (sim, seria meu chute).
E, finalmente, uma vez aqui, não lhes será facultada a possibilidade sair da roubada? O reconhecimento do diploma  e o visto serão condicionados à permanência em alguma localidade erma? Estaremos recriando a categoria de servo feudal no século XXI?
Sou favorável a uma maior abertura do mercado de trabalho brasileiro a profissionais qualificados, porém esse casuísmo é injustificado. Se os brasileiros que podem optar não querem ir para aquelas localidades, o ideal seria que as condições delas fossem melhoradas, não que se produza uma gambiarra que fortaleça um regime "amigo".
Mais uma vez, diante de um problema complexo, a solução simples e errada foi sacada do bolso.

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