Enquanto os ocidentais ficam se lamentando de sua sorte por ter que lidar como terrorismo islâmico, os iraquianos são forçados a carregar um fardo muito mais pesado.
Este é uma combinação de guerra civil pelo poder, revanchismo étnico, ocupação estrangeira, luta contra esta ocupação e terrorismo puro e simples.
Este caldo trágico mostrou sua força assassina ontem, com a tragédia que vitimou mais de mil pessoas, durante procissão xiita.
O pânico foi tão grande que provocou estas mortes e ferimentos baseados unicamente nos gritos de que haveria um homem-bomba no meio do cortejo, de existência não comprovada.
Esta é a verdadeira vitória do terrorismo. Desde a mais famosa ação deste conflito, aquela de 11 de setembro, ocorreram mudanças de regimes, de governos e de políticas; tudo motivado por atos e contra-atos terroristas.
Embora algumas destas ações tenham sido menos motivadas pelo terrorismo, e sim utilizado esta bandeira anti-terrorismo como diversionismo, tudo agora passa a formar uma enorme corrente de transmissão que passa a levar frustrações e problemas locais para um nível local.
Tomemos um caso isolado, o assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes. Aquele foi claramente um caso terrorista, no sentido de dizer para os possíveis “atentadores”: olhem o que faremos com vocês; nós não importamos com os da sua laia; vocês não são nada.
O maior problema para os policiais que o executaram foi que estes foram de uma incompetência a toda prova. Além de matarem um inocente, perderam todas as chances de neutralizar aquele que poderia ser um terrorista – lembrando que ele esteve em um ônibus e em um vagão de metrô, no qual foi executado, e, caso fosse esta sua intenção, poderia ter explodido um dos dois. Sem contar com a tentativa má-sucedida da Scotland Yard de fraudar as investigações independentes sobre o caso.
O próprio Iraque se converteu de um Estado autoritário, mas estável, em um território em balbúrdia. Sem segurança, sem governo e em colapso econômico. E com milhares de terroristas circulando livremente.
Em resumo; os estados democráticos pioraram, os autoritários pioraram, as perspectivas de vida pioraram. Portanto os objetivos dos terroristas islâmicos estão mais próximos, eles estão vencendo.
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