quarta-feira, 16 de agosto de 2006

PQP

Ontem São Paulo passou por um pesadelo no trânsito.
Tudo por capricho dos metroviários, que acreditam que a entrega da linha Amarela do Metrô paulistano à iniciativa privada para construção e operação durante 30 anos, por meio de PPP (parceria público-privada), é danosa para a sociedade e deve ser revertida.
Segundo os sindicalistas, trata-se de mais uma “privataria” –eles sustentam que é um capitalismo sem risco, pois há uma boa parcela de dinheiro público envolvido (BNDES) envolvido no financiamento – e que seria mais “saudável” para a economia do país que a obra fosse totalmente bancada pelo dinheiro público.
Pois bem, é uma tentativa evidente de influenciar as eleições.
Primeiro pelo fato de que a reinvindicação é absurda por qualquer lado que se olhe.
A questão não é quem financiará a obra, mas se ela irá ou não ser implementada. Os governos não têm capacidade financeira para arcar com o empreendimento e o BNDES é um banco; portanto empresta dinheiro, não doa.
E segundo porque trata-se de mais uma daquelas situações em que o preço é muito alto caso a obra não seja entregue dentro dos prazos. E quem pagará – aliás, já está pagando - é justamente a sociedade que os sindicalistas julgam proteger.
O custo com que os paulistanos arcam por não ter um sistema de transporte coletivo melhor é astronômico e se divide de várias maneiras. É na quantidade de horas em que eles ficam presos no trânsito. É o aumento da quantidade de combustível queimado. É a perda da qualidade de vida, com stress e aumento de incidência de doenças respiratórias. É a necessidade de se investir mais na malha viária. Etc, etc e etc.
Mesmo a categoria que reclama sairá fortalecida com a PPP, já que haverá um aumento nos postos de trabalho.
Como vêem, não há justificativas válidas para o protesto que paralisou grande parte de São Paulo. Ele se baseou simplesmente na ideologia e no calendário eleitoral.
É um pensamento muito curto para quem está dizendo-se protetor de todos. Se nossos amigos protetores agem assim, nossos inimigos devem estar morrendo; de rir.

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