quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Vivendo e aprendendo com o Chile

A novela da libertação dos mineiros encarcerados em uma mina no Chile trouxe-nos uma série de ensinamentos, para mim um deles foi linguístico.
A ampla utilização do termo herói para designar os trabalhadores incomodou-me durante um bom tempo. Para mim, só poderia ser considerado um heróis aquele que colocasse sua vida em risco pelo dever ou beneficiando outros, como, digamos, os paramédicos que desceram ao fundo da mina para verificar a saúde dos homens que começaram a ser libertados ontem.
Ocorre que, segundo o Houaiss, é herói também quem suporta exemplarmente uma sorte incomum, e é nesta segunda categoria o emprego que está sendo feito pela imprensa internacional.
Há sempre quem poderia dizer que todos aqueles mineiros poderiam ser categorizados como o primeiro grupo também, afinal trabalhar a 700 metros de profundidade sempre envolve riscos, mas, sejamos francos, a maioria das pessoas que exercem essas profissões de alto risco são mais sem juízo do que com coragem.
Dada minha leve claustrofobia, não enfrentaria a situação nem por falta de juízo, tenho maneiras mais seguras de mostrá-la, nem por excesso de coragem. Seguramente nunca serei chamado de herói por viver situação semelhante.

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