quarta-feira, 19 de agosto de 2009

E ela saiu

A saída anunciada concretizou-se, Marina deixou o PT. A despeito das ameaças e do chororô do antigo partido, a candidatura da ex-ministra está agora praticamente assegurada.
Ela é mais uma senadora e a Casa é o foco atual das batalhas políticas, então cabe uma breve reflexão sobre aquele recinto, e seus ocupantes, e seu papel para o país.
A Constituição Federal diz uma série de coisas, mas, para resumir, a função primordial é representar os Estados, garantindo o funcionamento do pacto federativo. Sua função é, deste modo, puxar a brasa para a sardinha do Estado para o qual foi eleito, sendo uma espécie de vereador federal, mesmo que a comparação seja um tanto quanto injusta e muitos a utilizem de modo pejorativo (um exemplo está aqui). Não necessariamente buscando verbas para obras, mas certamente evitando que proposições deletérias aos interesses estaduais prosperem na legislação e, vez por outra, colocando nela algo que favoreça seu Estado.
Dito isso, faz-se necessária a pergunta: que andam fazendo os senadores pelos Estados? Respondendo em relação aos que acompanho, os do estado de São Paulo, posso afirmar um categórico nada. Não há uma única lei de interesse paulista que pode ser imputada aos excelentíssimos senhores Suplicy, Mercadante e Tuma. Há mais de uma década na Casa, o primeira destacou-se como um, mal, cantor de folk music setentista. O segundo foi seguidamente humilhado (sendo essa a mais recente) e declarou seguir o que o presidente Lula deseja, mesmo que não sendo o que a sua consciência manda. E o terceiro submergiu entre os pares, aparecendo por vezes para comentar alguma suspeita de crime, é Corregedor do Senado, relembrando sua velha vida de delegado. Para São Paulo, abusoluta inefetividade.
Marina é da mesma escola. Não fez nada para o Acre. Deve achar algo menor dedicar-se ao ofício para o qual foi eleita. Prefere salvar o mundo, ou como dizem Lula e Reinaldo Azevedo, candidatar-se a santa. Lembremos que sua primeira ação no atual mandato foi deixar o cargo, por mais da metade do mandato, e lá empossar o sem-votos Sibá Machado.
Como vemos, os detentores da função não a estão exercendo. São muito bons de falatório e muito ruins de serviço. Resta saber se merecem nosso voto de confiança para continuarem a não fazer o que deviam.
Em postagens anteriores, já declarei que não votarei em Marina Silva e em Aloizio Mercadante. Alargo meus não votos à Eduardo Suplicy e Romeu Tuma.

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