Antônio Palocci, o médico que virou ministro da área econômica, não foi considerado réu no julgamento de ontem, mas seus problemas com a lei estão longe de acabar. Para começo de conversa, o ex-ministro está na depend~encia de que seu então subordinado, Jorge Matoso, não seja inocentado. Qualquer condenação desse constituirá em uma prova de crime de improbidade de Palocci.
Parece não haver dúvidas de que o ex-ministro foi informado de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo. As dúvidas razoáveis são se ele pediu a ação e se passou a informação à imprensa. Condenando-se o subalterno, caracteriza-se a prevaricação, pois ao tomar conhecimento do ato criminoso, Palocci calou-se.
E não apenas deixou de comunicar a falha funcional, foi participante da pantomima que mobilizou recursos públicos para descobrir o autor da façanha, sobre o qual ele tinha completo conhecimento.
É no campo político, entretanto, que está mais encrencado. Tudo bem, ele é um profissional, destes que o presidente diz não ser um homem comum, com mais direitos do que a maioria, porém mesmo para esse há limites para o aceitável. Que pessoa em sã consciência votaria em tal figura? Talvez os mesmos que votam em Lula e Sarney, é verdade, mas Antônio Palocci sempre se apresentou como um político de outra estirpe. Posava de bom administrador e modernizante, justo o tipo que é votado por pessoas pouco propensas a dar seu voto àqueles que usam as prerrogativas do cargo para esmagar humildes empregados domésticos.
Eu não apostaria muitas fichas na volta de Antônio à ribalta política, acho que desse já nos livramos, ao menos dos cargos eletivos mais importantes.
2 comentários:
Cuidado meu agigantado amigo.
Até o Collor voltou (infelizmente)
Pois é, esse pode voltar também, mas, ao menos teoricamente, os "públicos" votantes dos dois são bastante distintos.
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