O reinado de Momo acabou, o ano começa amanhã e voltamos ao domínio da música internacional no cenário.
Este ano foi completamente atípico em matéria de período pré-carnavalesco; foi regado a pop-rock, no que ele tem de mais representativo.
U2 e Roling Stones vieram, viram e causaram furor. Criaram celebridades instantâneas e movimentaram muito, muito mesmo, dinheiro.
Teve também uma intrusão no tradicioal reduto do axé, o carnaval baiano, com o trio puxado pelo DJ Fat Boy Slim. Se este não chegou a ser a sensação dos circuitos soteropolitanos, também não passou despercebido.
E o que eles têm de especial, que nossos artistas não possuem? Considerações artísticas à parte, eles tem muita mídia espontânea, que faz com que estar em seus shows seja mais do que assistir a arte. É uma manifestação política e cultural.
São ídolos fabricados por muita exposição e certamente devem muito do seu sucesso aos planejadores de mídia; ou se vocês preferirem assim, marqueteiros.
E o que isso tem a ver conosco? Os novos espaços de mídia que a Internet criou, está criando e criará são a primeira grande oportunidade de transformar o Brasil em plataforma de exportação cultural desde a Bossa Nova de 40 anos atrás.
É claro que a oportunidade não é só nossa e tão pouco somos nós que a estamos aproveitando no momento. Talvez o ícone para o poder da Internet na criação de ídolos seja Paris Hilton, que através de um vídeo muito comentado de seus atributos bucais (digamos assim) deixou de ser uma herdeira milionária gastadora para ser uma celebridade milionária muito bem paga, mas ainda gastadora. Ou a banda britânica Artic Monkeys, que de bandinha de garagem de adolescentes se tornou a de maior vendagem em um álbum de estréia na Inglaterra através de um surpreendente, e provavelmente não-planejado, sistema de divulgação pela rede.
A divulgação na Internet é potencialmente barata e permite que se fuja dos processos de massificação que as gravadoras “majors”, imensas multinacionais, tentam forçar ao mercado para diminuir seus custos e maximizar seus lucros.
Permite também que grupos consagrados localmente ampliem sua notoriedade. É o sistema de divulgação boca-à-boca ampliado, em uma escala planetário.
O caminho apontado pelo Artic Monkeys pode e deve ser trilhado por grupos brasileiros. A possibilidade de vendar músicas on-demand é uma das possibilidades, fazer shows devido à notoriedade outra e novas formas de se conseguir renda através da arte devem surgir com o passar dos tempos.
O Brasil pode dar uma grande contribuição para a música internacional muito grande com seus estilos e ritmos variados e os artistas brasileiros podem se beneficiar de um mercado consumidor ampliado. A hora de agir é agora, ou veremos mais uma vez os artistas dos mais variados países fazer festa aqui e continuaremos barrados nas festas deles.
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