quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

A guerra do Arbusto

De onde menos se espera é que não vem nada mesmo, este poderia ser o lema da forma como está sendo conduzido o processo de paz no Oriente Médio.
Em menos de três anos, a intromissão norte-americana chefiada pelo Comander-in-chief George W. “O Doutrinador” Bush, nos levou de uma situação repreensível no tocante dos direitos humanos e políticos para uma situação de conflagração.
Com isso o mundo ganhou petróleo caro, algumas mortes, alguns campos de concentração e treinamento de terroristas e ânimos exaltados. E também o aumento dos déficits norte-americanos que podem acelerar a chegada de uma grande recessão mundial, que virá mais cedo ou mais tarde caso não sejam equacionados.
O Iraque a beira de uma guerra civil, dizem alguns (particularmente creio que o país já passou desta linha há muito tempo), na melhor das hipóteses formará mais três países inimigos, mas com secessão pacífica. Na pior, uma sangrenta e religiosamente motivada guerra; com os fanatismos, barbáries e ‘limpezas’ étnicas sobre os quais já estamos ficando acostumados a ler nos jornais.
Os intransigentes líderes palestino e israelense foram trocados pelas garras da fisiologia humana, vulga velhice(se bem que ainda existe muita dúvida sobre a causa mortis de Arafat), mas a oportunidade de ouro de se chegar a negociações menos rancorosas já foi perdida. E o tal “mapa da estrada” foi também perdido em alguma curva do caminho.
O Irã parecia estar apaziguado, mas ameaças explicitas da super-potência de plantão fizeram soar o alarme e por em prática a corrida pelo domínio de tecnologia nuclear, possivelmente de armamento atômico.
As trombetas também soaram na Síria e Coréia do Norte –país que não vem ao caso aqui-, com implicações desconhecidas.
Resumo da ópera, o que se parecia difícil de se resolver agora parece impossível. Se esta é uma demonstração do que a Pax Americana e a Doutrina Bush podem nos dar, parem o mundo que eu quero descer.
Inclusive, a doutrina já está tão desmoralizada que não se fala mais nela, o que é ótimo. Uma obra de Deus (seja lá em que forma ou nome) pode ter sido responsável pelo seu esquecimento e não teremos que conviver no futuro com ataques preventivos a lugar nenhum.
Só me pergunto se o tal comandante deve seu sobrenome ao seu Q.I., equivalente ao de um vegetal.

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