Devemos desconfiar quando todas as correntes políticas começam a querer a mesma coisa.
A coisa no momento é o financiamento público de campanhas políticas.
Vejamos. Aquele político que se elegerá na próxima campanha será um servidor público, trabalhará com o intuito de fazê-lo bem e de apenas melhorar a vida do povo. Certo?
Seria em uma utopia, mas isto é o mais longe da verdade que poderíamos estar. O político não é um servidor do público de modo geral, é de certos públicos (aqueles que o levaram ao cargo) quando não apenas de si mesmo.
Mesmo os que são eleitos para cargos majoritários não representam todos os eleitores do governo executivo que comandará, embora seja responsável por instituições que influirão na vida de todos que residem na área que gerirá, e as vezes de áreas circundantes.
Somente isso já serviria para colocar em dúvida o tal financiamento público de campanha, que de fato já existe, e é vultoso, na forma da propaganda eleitoral gratuita de rádio e teve.
Porém a verdade é que caso seja implantado o novo sistema de financiamento acabaria por agravar a bi-tributação a que somos vítimas reincidentes.
Pagaríamos para a eleição de “representantes” que não nos representam e que teriam um reforço de caixa com os fundos públicos, além dos recursos dos grupos que eles realmente representam; sejam eles contabilizados ou não, caixa 1, ou 2, ou 3 ou mesmo 4.
Perpetuaria também, ainda mais do que são hoje, os grupos no poder. Ainda mais se florescer o balão de ensaio do financiamento exclusivamente público.
A solução passa mais pelo fortalecimento da educação da população e do incentivo à maior participação política da sociedade.
Os avanços das formas de comunicação geraram modos mais diretos e baratos de contato com as massas de eleitores. Restará aos partidos mudar a acepção que a palavra tem aqui; de agremiação quebrada e cheia de caciques para a de uma instituição que representa consistentemente uma parcela da sociedade.
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