Dia após dia, comentaristas econômicos, certamente apoiados pelas empresas exportadoras, dizem que o dólar capenga permite apenas aos produtos de baixo conteúdo tecnológico a competição internacional.
E são dois os exemplos que dão para isso:
1)a derrocada das indústrias têxteis e calçadistas, que estão perdendo mercados aqui e no exterior, demitindo e fechando fábricas e,
2)o grande percentual de commodities de nossa pauta de exportações.
Seria ridículo, se não fora trágico. Dar a as indústrias acima citadas como exemplo de empresas de alto conteúdo tecnológico é o mesmo que dizer o mais moderno em matéria de geração de energia é a lenha. E retirar o conteúdo tecnológico de nossas commodities é querer tapar o sol com peneiras.
A verdade é que quanto mais alto é o conteúdo tecnológico, menor é o impacto que um produto sofre da taxa de câmbio.
Alta-tecnologia implica em produtos livres de, ou menos afetados pela, concorrência - por qualidade superior, falta de similares ou menor custo produtivo – e por si só faz com que o valor local de uma moeda passe a ser um fator menos relevante.
O que anda salvando nossas exportações é o efeito da tecnologia, e não a falta dela. É o emprego da tecnologia em caminhões mais potentes e resistentes, que podem trafegar no mar de buracos. O é na reconstrução e reestruturação da malha ferroviária. Também no desenvolvimento de sementes mais produtivas e mais resistentes. Nas novas formas de cultivar o antes desprezado cerrado.
É claro que se quiser manter a competitividade a nação brasileira terá que se tornar ainda mais tecnológica e, principalmente, jogar no campo dos adversários do dito primeiro mundo. Teremos que começar a vender cultura, design, estilo de vida, etc... tudo que é extremamente caro mas não têm nada palpável para que o governante esfregue na cara dos adversários.
Este será o jogo mais difícil, mas o que se há de fazer, teremos de jogá-lo.
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