chamar todos os bandidos do Rio de traficantes é realmente falta de precisão vocabular. A apreensão de mais de 300 motos roubadas demonstra que há pouca ortodoxia na ilegalidade do Complexo do Alemão, para dizer o mínimo. A venda de drogas é apenas mais uma forma de ganhar dinheiro, que, diga-se de passagem, é tão mais lucrativa quanto maior for a repressão à qual está submetida.
E aí que está um dos xises da questão, a estratégia para combater o uso de drogas está errada, pois não será efetiva, não importa quantas favelas forem tomadas da mão de meliantes, mais Estado não mudará a equação. Tóxicos continuaram a serem consumidos e, no máximo, haverá uma mudança no fornecedor.
O outro xis, porém, tem muito a ver com a efetivação do poder estatal nos territórios hoje controlados por bandos armados. Sejam formados principalmente por traficantes ou por milicianos, é compulsório que o Estado retome para si o monopólio do uso da força em todo o território do qual seja controlador apenas teórico, como é caso de alguns morros do Rio de Janeiro.
Então minha receita de bolo é liberar o uso irrestrito de drogas para tirar uma das fontes de receita dos bandidos e atuação mais efetiva nas comunidades pelo poder público constituído.
Tão simples que ninguém conseguiu fazer até o momento.
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