Já sabíamos que a educação no país estava falida, só que eu não sabia que o buraco era tão profundo.
Em São Paulo até os jornais estão fazendo anúncios que menosprezam a educação, se não a inteligência, do leitor.
Um diz que tem a “informação que você entende” e o outro que é “fácil de entender”. Falo de Agora e Jornal da Tarde.
E não culpo os jornais e nem seus publicitários pela adoção da estratégia, embora ache muito perigoso para a imagem de uma marca ficar associada à falta de discernimento de seus clientes.
A culpa é de nosso sistema educacional que entrega ao fim do processo um sem-número de analfabetos funcionais.
Como esperar que este sistema produza trabalhadores especializados dos quais nossa indústria é carente. Ou técnicos de programação para operar nos ambientes de alta-complexidade que a tecnologia de informação cria. Ou ainda produtores rurais para surfar na onda dos orgânicos, que para serem produzidos necessitam do acompanhamento constante por parte do produtor das pragas que podem atacar a safra e da correção do solo.
Ou seja, estamos formando uma geração de pessoas para as quais o futuro é no mínimo preocupante. E como eles serão os indivíduos que formarão a sociedade, nada nos indica que esta progredirá.
Mudar este quadro é uma urgência nacional. Se não conseguirmos nem ao menos ensinar o povo a ler, como poderemos sonhar com uma liderança regional ou mundial em qualquer sentido.
Querer que um povo seja formado só por sábios talvez seja um exagero, mas não há nada demais em querer que não sejam todos néscios.
Qualificar os brasileiros para que os jornais não precisem anunciar que são feitos para quem não consegue entender é um ponto de honra e uma questão de sobrevivência.
Se conseguirmos que isso aconteça, muitos dos nossos outros problemas acabam automaticamente.
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