Clóvis Rossi, na Folha de ontem, fez um pequeno artigo sobre o modo como o brasileiro encara a faixa de pedestres e como o europeu faz a mesma coisa.
Ele diz que o brasileiro age como se o carro tivesse a primazia para o uso da rua e a faixa fosse um simples enfeite - ao contrário do que diz a lei, que afirma que na faixa de pedestre o mesmo tem total preferência sobre os automóveis, que devem ceder a passagem SEMPRE – enquanto na Europa o povo age em conformidade com a lei brasileira.
Não sei se é verdade que o europeu age assim, mas fica a pergunta: se as leis são a parte escrita dos códigos morais que rezam uma sociedade, elas não deveriam estar condizentes com o que pensa esta sociedade?
Creio que deveriam, e o fato de haver tantas leis como esta no Brasil (da categoria das que não pegam) faz com que nosso país seja esta bagunça que aqui está.
È muito provável que a lei de como se proceder na faixa de pedestres tenha sido totalmente importada de algum país europeu com um povo que pensa o contrário do brasileiro.
Se uma lei é o exato oposto da a ação natural de uma sociedade na qual ela se encontra, tratá-se de um convite a transgressão. E toda a pequena transgressão é a porta de entrada de uma outra maior.
O acúmulo destas pequenas transgressões faz com que todo o brasileiro seja um verdadeiro fora-da-lei na prática e cria uma guerra entre o cidadão e o Estado, cada um querendo impor a sua visão de mundo ao outro.
Nenhum Estado em guerra com o seu povo pode se declarar democrático ou prosperar. Como é isso que estamos vendo no Brasil, a prosperidade nunca nos alcançará, a menos que esta guerra cesse.
Como nem ao menos um armistício parece se avizinhar, continuaremos patinando como estamos agora. E sobre a ditadura de muitos Estados estrangeiros.
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