segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Aerolula, o símbolo

As citações a respeito do Aerolula me lembraram que algo que deixou muito indignado à época do ocorrido.
Foi o uso do Sucatão para o resgate dos refugiados brasileiros no Líbano.
Pensei cá comigo: como que uma aeronave que não serve para a comitiva presidencial pode ser usada para trazer de volta centenas de brasileiros?
É claro que os refugiados não devem ter pensado nisso e provavelmente estavam felizes por deixar as bombas para trás; mas esta é uma questão que deveria ser central para qualquer governante digno deste nome.
Ao dizer que irá vender o Aerolula, Alckmin quer deixar transparecer que tem uma visão diferente da que demonstra a administração atual na gestão do gasto público; só que neste ponto especial (o avião) a sangria já está feita e temo que não haverá como desfazê-lo.
Em um país endividado e com carências múltiplas como o Brasil, todo o gasto deve ser pensado no atendimento de três premissas: melhorar a infra-estrutura para dinamizar a economia, diminuir as carências da população e preservar o patrimônio público.
O avião presidencial não cumpre nenhuma delas e foi, portanto, um gasto injustificável.
Porém agra ele já está feito e vender a aeronave não irá sanar o buraco que sanou no orçamento (levando em conta os juros médios que o governo federal paga, ao menos 20 milhões de reais são destinados à amortização deste equipamento).
Achar que este gasto é normal e que é uma sandice discuti-lo mostra-me que Lula não se preocupa o mínimo com as premissas que defendo para o orçamento; o que faz com que meu voto se cristalize ainda mais por Geraldo Alckmin.

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