segunda-feira, 23 de outubro de 2006

O fim está próximo

Pelo menos é o que se vê na revista Veja desta semana.
As famosas páginas amarelas são preenchidas com um pessimismo sem tamanho.
O entrevistado James Lovelock (autor da Hipótese Gaia) afirma que nossos dias na Terra como espécie estão contados e que até 2040 a vida se tornará insuportável nas regiões próximas da linha do Equador; ou seja, o inferno será aqui.
Bem, não sei se chegaremos a tanto, com o Brasil deixando de ser habitável, mas certamente não seremos exterminados como espécie tão cedo. Não sei se felizmente ou infelizmente, a espécie humana se tornou quase indiferente as grandes variações climáticas no quesito sobrevivência.
O que podemos encarar no futuro próximo é uma incrível perda de qualidade de vida da humanidade e conseqüente encolhimento populacional. Se sobrevivemos a mudanças quando não tínhamos posse das tecnologias que dispomos hoje, por que seria esta que nos extinguiria?
O certo é que está formado o consenso de que nós conseguimos destruir o equilíbrio ambiental do planeta e sofreremos com isso, mas acho que o cientista é demasiadamente apocalíptico. E mal informado em alguns detalhes.
Na entrevista ele deixa bem claro que considera uma má idéia a adoção dos biocombustíveis, pois estes pressupõem a substituição de florestas ou campos de produção de alimentos. E nós brasileiros sabemos que isto não é necessariamente verdade.
No nosso caso em particular, estão a disposição milhares de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser prontamente utilizadas para a produção de combustíveis, gerando empregos, renda e economia em derivados de petróleo e outros fósseis, sem a derrubada de uma árvore ou troca de um pé de alface por cana ou soja ou o que quer que se use para a obtenção de biocombustível.
Situação que se ocorre em maior ou menor grau mundo afora, já que há no momento uma superprodução de alimentos e não escassez. E se há fome no mundo não é certamente por falta de alimentos a serem fornecidos; só a falta de competência da humanidade em geral de distribuir seus recursos corretamente explica este flagelo.
Lovelock aponta a energia nuclear como a única capaz de reduzir a velocidade com que estamos indo para o desaparecimento. Eu discordo; acho que todas as formas de energia não-fósseis têm um papel nisso, e a nuclear não é nem a melhor nem a mais fácil de ser utilizada, é só a polêmica. A energia solar, a eólica, os biocombustíveis, a energia das ondas e outras mais que estão aí apenas esperando para serem utilizadas ainda darão muito que falar.
Com a fé abalada no Brasil (já que Lula teve tantos votos – não me conformo), tenho que manter a fé na humanidade. Fizemos uma grande caca no mundo, temos que consertar agora; afinal a outra opção é perecer como espécie.
Se vamos morrer, que seja tentando então.

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