Em todo o lugar que se olha apontam para a pobre como a culpada. O país não cresce? A previdência está falida? O povo não têm comida? O sistema é corrupto? O Estado é inchado?
Tudo culpa da constituição de 1988.
Mas, por quê?
Os pontos mais discutidos são os relacionados ao fato de que ela diz que o Estado é responsável pelo bem-estar do cidadão.
E devido a isso, tudo o que acontece ao cidadão é constitucional. Está doente, a constituição diz que é culpa do Estado. Não sabe escrever, Estado. A estrada está esburacada, Estado nela.
Porém como todo o livro, a Constituição não é culpada de nada e, como toda a instituição, o Estado idem.
Culpados são aqueles que interpretam o livro e conduzem a instituição.
E no nosso caso particular, não há nada que obrigue o Estado a ser este gigante que é aqui, e muito menos a assumir todas as funções que exerce.
Ao invés de cuidar de administrar estradas e hospitais e universidades e hotéis (se bem que deste último item o Estado não tem mais nenhuma unidade, acho) e um sem número de outras coisas, ele deveria estar se ocupando de assegurar a regulação destes serviços para que alguém competente o fizesse.
Quando lê no livro que o Estado é responsável, a imagem que vêm a cabeça de muitos é: se quer uma coisa bem feita, faça você mesmo (e o você é o Estado).
Só que a situação real que aparece é que o Estado não consegue cumprir a função de faz-tudo, e não há quem possa fazer tudo sendo responsável por 180 e poucos milhões de pessoas – como até mesmo os mais renhidos países comunistas experimentaram -, e a resposta que tem surgido na mídia é, muda-se a constituição.
Antes de mudar algo, não seria mais prudente tentar ver outras formas de aplicá-lo, olhar por outro ângulo?
Depois de o fizermos, se a constituição realmente se mostrar inaplicável, tudo bem. Por enquanto há outros elementos para serem testados.
Testemos então.
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