sábado, 10 de março de 2007

Baixo teor de enxofre no ar

A se acreditas em Hugo Chávez, deve estar o maior cheiro de enxofre no percurso feito por George W. Bush. Só que a idéia, entre outras, é justamente o contrário: baixar o teor de enxofre liberado no ar pelos combustíveis.
Como? Trocando os fósseis por biocombustíveis, que são geralmente livres deste elemento.
Só que não venhamos a cair na conversa lulática de que o álcool e o biodiesel são as únicas soluções. Provavelmente não são nem as melhores, mas apenas as mais baratas no momento.
Não podem ser as melhores soluções porque ainda são pensadas como uma continuação de uma tecnologia muito pouco eficiente, diria quase pré-histórica, que é a do carro com motor de combustão interna.
Os carros a gasolina conseguem aproveitar cerca de 20% (lembrando que os motores a diesel têm um aproveitamento energético melhor, mas ainda baixo) da energia contida no combustível que o faz andar, desperdício puro. Só prosperaram porque substituíram tecnologias muito pouco práticas e usam um subproduto do petróleo que não tinha nenhum valor comercial.
A verdade é que qualquer solução que mantiver o uso destes motores indefinidamente não pode ser chamada por este nome, será apenas uma protelação. Então o que precisamos realmente é de uma mudança tecnológica profunda que acabe com o uso destes motores pouco eficientes e adote outros que utilizem melhor a energia disponível, que não é o que a mudança para os motores a álcool faz.
Ademais, o que está sendo comemorado como a grande chance para a nossa agricultura, a decisão política dos Estados Unidos de diminuir o consumo gasolina em 20% até 2017 tendo como base o gasto corrente hoje, não é automática como alguns tentam demonstrar. Eles podem conseguir isto com sobras apenas melhorando a eficiência dos veículos e aumentando o transporte coletivo.
Um exemplo de como aditivar a eficiência é a tecnologia do carro híbrido, que a dobra. O porém é que ela ainda é muito cara se comparada com o carro comum e poucos consumidores estão dispostos a pagar a diferença. Se fosse aplicada em todos os veículos disponíveis, o consumo de gasolina seria cortado pela metade hoje.
Então não nos jactemos como salvadores das pátrias. Os biocombustíveis são uma alternativa, mas não a única.
É uma alternativa que pode ajudar até a diminuir atritos entre países e criar uma onda de prosperidade aos produtores agrícolas mundo afora, só que não são panacéia para nada e o Brasil não é o rei da cocada preta por dominar a tecnologia mais avançada no momento a respeito deles.

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