Já que ninguém ouve mesmo, palavras soltas ao vento.
A parte nobre da economia não está em produzir e sim consumir.
Neste ponto a alta que observou no PIB, puxada pelo consumo das famílias e pelo aumento bruto de capital das empresas é um grande alento.
Aproveito os espirros da Bolsa de Xangai para lembrá-los que não há crescimento continuado em longo prazo (para não usar sustentável, que adquire cada vez mais um sentido ecológico) quando este se baseia apenas no mercado externo, como querer os que pretendem bombardear o dólar.
O Brasil já viu este filme e a China e a Índia verão cedo ou tarde.
Com base nesta idéia, continuarei louvando o aumento de valor do Real como um sinal de vitalidade da nossa economia e não como um sinal de fraqueza.
E não adianta vir com aquele papo de “doença holandesa”. Se a “doença” fizer por nós o mesmo que fez pelos holandeses, que venha rápido.
Mas o fato é que, mesmo com todas as dificuldades cambiais, a produção industrial ainda está crescendo e muitos dos setores que se dizem entre os mais prejudicados estão vendo recorde após recorde de vendas.
E se para os setores intensivos em mão-de-obra há dificuldades, fiquem certos de que a culpa não é do câmbio. Ela é de uma política tributária que taxa enormemente o trabalho, encarecendo-o em relação aos países competidores, para não falar nos investimentos produtivos e no giro de caixa.
Fora o câmbio culpado, os países europeus não exportariam absolutamente nada, muito menos os produtos de alta tecnologia e de design que de lá mandam para o mundo inteiro. E a Inglaterra, coitada, importaria tudo o que consome, até pudim de rim.
Querer persistir em ser uma economia exportadora só pelo status não é uma atitude inteligente. Gozemos o fato de que estamos entrando nos eixos e passemos a consumir o que os outros têm de bom para vender, como eles fazem com os nossos produtos; mas sejamos conscientes, que a ecologia também não pode sofrer.
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