terça-feira, 28 de julho de 2009

Aposta em Dilma?

O veterano jornalista Villas Bôas-Correa afirma que Lula aposta todas as fichas em Dilma, mas até as pedras do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília sabem que o candidato de Lula para qualquer coisa é Lula. Todas as suas escolhas têm sua matriz no fato de só pensar no futuro imediato, 2010, ou próximo, 2014.
Escolher técnicos como sucessores é comum entre políticos personalistas. Quem é de São Paulo lembra-se de Celso Pitta, escolhido por Maluf para substitui-lo na Prefeitura na última vez que esse ocupou o cargo, 12 anos atrás, mas muitos outros exemplos há. É mais seguro criar um "fantoche" que um herdeiro político quando seu maior ativo é o carisma e não idéias, pois, no segundo caso, muitas vezes a criatura pode acabar por dividir o patrimônio eleitoral.
A opção por José Alencar para vice já era uma mostra de que não pretendia investir em um verdadeiro sucessor. Um obscuro, fora de Minas Gerais, senador já na oitava década de vida e com problemas de saúde com pouco a agregar eleitoralmente. A negociação foi pecuniária.
Tampouco tentou fortalecer o partido no poder. Instarou um inédito regime de compra de apoio, com cargos e, a acreditar no Procurador Geral da República, dinheiro vivo. Fortaleceu sim a patota sindical, agraciada com cargos em todos os níveis do governo federal, entregando a administração aos que menos interessa sua eficiência. Para o PT em si, ficou o humilhante papel de enquadrado.
Dilma foi um balão de ensaio utilizado para mostrar que, aos que dependem das benesses desta administração, restava apoiar Lula "de novo". Como não prosperou o caminho bolivariano, sobrou a Lula tentar fazer a sua sucessora, pois, como já vimos no pouco que se conseguiu apurar, o governo não resistiria a uma auditoria séria. Os vinte anos no poder vislumbrado por José Dirceu como uma meta tornaram-se uma necessidade, ou até a cadeia pode resultar sendo a morada de alguns próceres da república.
A ministra já não é uma aposta, é a tábua de salvação da casta que hoje está no poder.

O vídeo a seguir fala mais do absurdo que vemos hoje no Senado, mas a mensagem final dos historiadores é de que as eleições do ano que vém serão as mais sujas do período republicano. Vendo o tipo de gente que se dedica à liderança política na atualidade, é fácil concordar.

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