quinta-feira, 9 de julho de 2009

Uso compartilhado

Os japoneses voltaram a fazer, mas os velhos economistas devem ficar de cabelo em pé quando ouvem falar de coisas como essas.
Na era da procura do aumento do PIB e da obsolescência programada, dividir é quase um pecado. Mas mais e mais pessoas estão pecando. Há campanhas de carona solidária, o famoso Velib de Paris (vídeo abaixo) e muitas outros exemplos pipocando aqui e ali.

Entre um aumento do produto e do bem estar, e eles não são sinônimos, apesar alguns insistirem que sim, a população sempre preferirá o segundo.
Muito pouco de racional há na compra de certos produtos. O carro é um exemplo. Por um paga-se, normalmente, de um a dois anos de salário e utiliza-se por uma ou duas horas diárias. Ou seja, se você mantiver o carro por oito anos, para cada hora de uso, sem contar a manutenção e o combustível - e o stress -, você paga no mínimo um dia de trabalho.
Desta forma é muito mais negócio, se for fazer o cálculo racional, fazer o compartilhamento, de modo a um produto tomar menos do patrimônio individual. Por esse motivo países desenvolvidos têm muito melhores sistemas compartilhados, como lavanderias coletivas e transporte público do que os não-desenvolvidos.
Mas nosso governo quer massificar os produtos de consumo, símbolos de status, como carros e lavadoras, reduzindo o IPI, enquanto sufoca as empresas com tributação escorchante de investimentos e salários. Calcula que terá maior retorno eleitoral dessa maneira.
E, se tiver razão, merecemos o subdesenvolvimento. Quem gosta de jogar dinheiro fora deve ver qualidades naquele que o toma e desperdiça.

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