terça-feira, 14 de julho de 2009

Produtos de luxo e sonegação

Tomando com verdade que a Polícia Federal está fazendo a coisas certa nesta vez, surge mais uma operação com o intuito de demonizar a importação de artigos de luxo.
Não quero aqui polemizar sobre a moralidade de utilizar produtos caros em um país pobre, ou classe média, como o nosso, mas faz sentido aumentar tanto os impostos sobre um certo tipo de produto a ponto de tornar lucrativo o contrabando.
Impostos diminuem o tamanho do mercado, não importa o quão pequeno sejam, e quanto maior sejam, menor será a propensão ao consumo. Por isso, e por afetar uma parcela menor da população votante, governos preferem taxar pesadamente produtos de luxo, menos afetados pelo fator preço na hora da decisão de compra, e muitas vezes são afetados positivamente, ou seja, quanto mais caros mais vendem. O porém é que os impostos já são, em geral, escorchantes no país, imaginem então como o são nos produtos mais taxados, importados de luxo.
Será que não seria mais produtivo apenas igualar as taxas de importação para todos os produtos e deixar que o mercado decida o que é justo ou não como preço, ou, em outras palavras, o que é luxo ou não?
Só teríamos a ganhar se esse contingente de policiais usados atualmente como auditores fiscais fossem desviados para a função de combate ao crime contra a vida, maior flagelo atual brasileiro, e os consumidores passassem a decidir se foie gras é ou não essencial para eles.
Mesmo os caixas dos governos iriam ficar mais polpudos.

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