quarta-feira, 8 de junho de 2005

Hora da colheita

Há algum tempo atrás, não me lembro bem por que razão, comecei a escrever um artigo que dizia que, ao contrário do que diz o conselho popular, o governo estava plantando limoeiros com os limões que apareciam e deixando-nos sedentos por sucos.
Bem, o artigo nem foi terminado e já chegou a época da colheita.
Dizem os analistas que a economia inverteu o sinal, mas isso ficou de lado nas coberturas midiáticas. Agora só se fala de Roberto Jefferson, Correios e IRB (vocês conheciam este instituto?). O chamado, pela Veja, “Homem-bomba” resolveu se detonar. Só não sabemos ainda se foi uma implosão controlada ou uma explosão que abalará tudo ao seu redor.
E a raiz de tudo isso não é nada menos que a incompetência do governo em transformar os problemas em oportunidades. Combate-se a doença simplesmente aumentando a dose de remédio (veneno?).
Quando do estouro da primeira crise do atual governo, Waldomirica, limitou-se a afastar o pivô e, imagino eu, aumentar os mimos para que congressistas deixassem estas coisas para lá. Estava plantada a primeira árvore.
E assim foi seguindo a conduta crise após crise. Prometia-se mundos e fundos. Algumas vezes se cumpria, outras não. Porém o mais importante; uma mudança sobre o modo de fazer política na nossa nação, nem pensar.
Agora temos o pior cenário possível se montando na nossa frente. As massas indignadas, um governo com culpa no cartório (ao menos de omissão) e um congresso totalmente desorientado. Por menos do que isso aprendemos, naquele passado que parece tão remoto, o significado da palavra impeachment.
Agora caberá aos mestres-cucas do planalto pesquisar todas as receitas possíveis com limões, pois apenas limonadas não darão conta da oferta. Da minha parte sugiro sobremesas: tortas, pavês, sorvetes...

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