quinta-feira, 9 de junho de 2005

Também sou

Neste país de 180 milhões de técnicos também quero meter meu bedelho na opção tática de nosso time por um, dois, três ou quatro atacantes.
Temo que a derrota de ontem faça Parreira retroceder e voltar a seu velho esqueminha de sempre, recuado e voltado aos contra-ataques. E o pior, com a anuência da mídia e da torcida, já que ficou “provado” que nós ficamos muito vulneráveis com o que era até ontem chamado de “quarteto mágico”; mesmo que ele não estivesse, a rigor, em campo.
Vamos primeiro aos fatos consumados. O time argentino foi melhor do que o brasileiro, é verdade, mas não foi um massacre. Todos os gols foram resultantes de falhas defensivas, porém nenhum foi diretamente ligado ao funcionamento, ou não, dos meio-campistas.
Foram duas falhas grotescas da defesa e um chute de fora, com desvio, quando estavam todos os jogadores argentinos marcados.
Aliás, o jogo não foi muito diferente do que o que ocorreu em Belo Horizonte, com vitória do Brasil pelo mesmo placar. O Brasil sofreu uma grande pressão, e antes de abrir o placar passou por várias ameaças de gol.
A grande falha, na minha opinião, é de desajuste de alguns jogadores do meio-de-campo à função pedida por Parreira. Zé Roberto, por exemplo, é um jogador que sempre atuou ofensivamente e nunca primou pelo poder de marcação, mesmo nos tempos de lateral-esquerda na Portuguesa. Para fazer a função que o técnico espera dele, tem que praticamente renunciar ao ataque, sua principal qualidade. E esta é a principal questão a ser resolvida pela comissão técnica.
Ou ela se fia em preferências por pessoas, e tenta encaixar o esquema ao que melhor convêm a elas, ou escolhe um esquema e tenta achar as pessoas mais apropriadas. Penso que a comissão está em dúvida sobre qual é o melhor caminho no momento.
Por sorte dela, estamos falando de seleção brasileira e, devido a profusão de jogadores, qualquer um dos caminhos pode funcionar.
De minha parte, ainda acredito que a melhor solução é a manutenção do “quadrado mágico”. Essa formação ainda pode fazer história.

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