Neste país de 180 milhões de técnicos também quero meter meu bedelho na opção tática de nosso time por um, dois, três ou quatro atacantes.
Temo que a derrota de ontem faça Parreira retroceder e voltar a seu velho esqueminha de sempre, recuado e voltado aos contra-ataques. E o pior, com a anuência da mídia e da torcida, já que ficou “provado” que nós ficamos muito vulneráveis com o que era até ontem chamado de “quarteto mágico”; mesmo que ele não estivesse, a rigor, em campo.
Vamos primeiro aos fatos consumados. O time argentino foi melhor do que o brasileiro, é verdade, mas não foi um massacre. Todos os gols foram resultantes de falhas defensivas, porém nenhum foi diretamente ligado ao funcionamento, ou não, dos meio-campistas.
Foram duas falhas grotescas da defesa e um chute de fora, com desvio, quando estavam todos os jogadores argentinos marcados.
Aliás, o jogo não foi muito diferente do que o que ocorreu em Belo Horizonte, com vitória do Brasil pelo mesmo placar. O Brasil sofreu uma grande pressão, e antes de abrir o placar passou por várias ameaças de gol.
A grande falha, na minha opinião, é de desajuste de alguns jogadores do meio-de-campo à função pedida por Parreira. Zé Roberto, por exemplo, é um jogador que sempre atuou ofensivamente e nunca primou pelo poder de marcação, mesmo nos tempos de lateral-esquerda na Portuguesa. Para fazer a função que o técnico espera dele, tem que praticamente renunciar ao ataque, sua principal qualidade. E esta é a principal questão a ser resolvida pela comissão técnica.
Ou ela se fia em preferências por pessoas, e tenta encaixar o esquema ao que melhor convêm a elas, ou escolhe um esquema e tenta achar as pessoas mais apropriadas. Penso que a comissão está em dúvida sobre qual é o melhor caminho no momento.
Por sorte dela, estamos falando de seleção brasileira e, devido a profusão de jogadores, qualquer um dos caminhos pode funcionar.
De minha parte, ainda acredito que a melhor solução é a manutenção do “quadrado mágico”. Essa formação ainda pode fazer história.
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