Sempre que o governo aparece com uma idéia nova nossos economistas dizem que ele está tentando inventar uma jabuticaba.
O termo é pejorativo; procura mostrar que é algo que só se encontra no Brasil e, portanto, não pode ser coisa boa.
Pois ao meu ver, o que precisamos é de mais jabuticabas. Eu quero um verdadeiro jabuticabal.
Não que eu seja defensor de qualquer idéia estapafúrdia que surgir das nossas mentes férteis; porém, se observarmos as iniciativas que dão certo, veremos que são frutos de ações exclusivas e originais do Brasil. E apenas se investirmos em idéias como estas é que conseguiremos diminuir nossa dependência tecnológica, fortalecer nossa economia e melhorar nossa sociedade.
Isto não é nacionalismo, é realismo.
Cada país tem características únicas e são elas que devem ser exploradas, principalmente quando se trata de um grande em área e população como o Brasil, que tem escala para desenvolver novidades.
Exemplos temos muitos.
A Petrobrás comemorará neste mês a auto-suficiência petrolífera amparada em duas imensas jabuticabas: a exploração de jazidas em águas profundas e a utilização de álcool combustível proveniente de cana-de-açúcar em automóveis.
E a integração do biodiesel na matriz energética nacional, que nos moldes como é planejado pelo governo é outra jabuticaba, pode consolidar o Brasil como um exportador líquido de petróleo e derivado.
A cultura de soja em cerrado é outra idéia nacional que impulsiona nossas exportações.
Só que por mais exemplos que se mostrem, serão poucos.
Nossas indústrias e nossos consumidores têm a tendência de acreditarem mais na tecnologia estrangeira ou, o que é ainda pior, só darem credibilidade à nacional após seu sucesso exterior.
Está mais do que na hora dos nossos dirigentes empresariais e governamentais tomarem consciência de que é nas jabuticabas que não temos concorrência. Nelas estão nossas maiores forças motoras para o engrandecimento da nação e a justiça social.
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