Por um misto de preguiça e relevância do momento vou republicar este texto a seguir:
Existia uma velha máxima da política, nos tempos da ditadura, que dizia “onde a Arena vai mal, é time no nacional, e onde vai bem, bota um time também”. Hoje as coisas são diferentes, ninguém faz demagogia com times de futebol – se bem que se fomos matutar ainda existe a bancada da bola e vem aí a timemania - só que, pode ser apenas coincidência, sempre que estoura um escândalo no governo, a Polícia Federal estoura um esquema de corrupção. Se o governo vai mal, chama a Federal; se vai bem, chama ela também.
O bom de tudo isso é que, como escândalo é o que não falta aqui, a Polícia Federal está aparecendo mais do que nunca. Nem dá tempo de repercutir uma ação, ou operação (nome mais ao gosto do comando da instituição). Em um dia é a maior quadrilha de contrabandistas do Brasil, no outro um bando de fraudadores da previdência social que movimenta bilhões, e no seguinte um esquema milionário de desvio de verbas do programa de merenda escolar.
Apesar de, paradoxalmente, cada prisão dar àqueles que dizem ser a impunidade imensa no país mais munição, isto mostra que a chance dela estar diminuindo é muito grande.
Só resta pedir aos nossos políticos e gestores públicos que cessem um pouco a maré no chamado “mar de lama”. Os policiais federais também são gente e precisam de um tempinho para descansar. E as nossas cadeias, carceragens e prisões já estão superlotadas.
E talvez seja tempo dos jornalistas darem um tempo no uso de adjetivos quando o assunto for crimes, a quantidade de vezes que se ouve, ou lê, milionário, maior e outros nomes para dizer intensidade do delito, não para de aumentar. Podemos acabar cansando o público ou fazendo-os crer que quando o crime envolve menos que seis zeros, não vale a pena comentar.
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