segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Dois mais dois

Você tem um troquinho, algo assim como 270 bilhões de dólares, para investir e fica em dúvida com o que fazer.
Aí pega uma parcela de 150 bilhões e aplica nos títulos do governo e recebe no final do ano, praticamente sem riscos e sem nenhum trabalho, a módica quantia de 30 bilhões de dólares para fazer o que bem entender e sem prestar contas a ninguém. E se tiver a fim de sair da mamata, é só falar e pegar seus 150 de volta.
O resto você aplica na atividade produtiva, torce para fabricar algo que as pessoas estejam precisando ou querendo, contrata pessoas e constrói fábricas. Se der sorte, e tiver escolhido muito bem onde aplicou, pega no final do período uns 5 bilhões. E tem um monte de gente pendurada na sua empresa, com os contratos trabalhistas e outros quetais.
E tem mais; se quiser pegar os seus 120 bilhões de volta não pode, já que estes se transformaram no capital social de uma empresa. Só recupera se vendê-la.
E tem gente que pergunta porquê os empresários não investem na produção e o Brasil não cresce. E tem gente que pergunta porquê dois e dois são quatro.
E mais ainda; tem gente que não entende as razões que levam nosso país a patinar no crescimento nominal desde que a inflação foi debelada. Será que é a falta da mágica contábil que ocorria antes? E os juros reais mais altos do mundo? E a maior carga tributária da categoria? E a legislação trabalhista mais anti-empregador do mundo?
Não, não pode ser nada disso. Deve ser falta de vontade política.
Só pode ser isso.

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