Na revista Época da semana passada foi publicada uma entrevista com o indiano Sanjit Bunker Roy, responsável pelo Barefoot College (entidade que fornece treinamento tecnológico a analfabetos pobres), na qual este citou Gandhi com a seguinte frase: “não precisamos de produção em massa e sim de produção para as massas”.
Pode parecer um simples trocadilho contrário ao que se faz no mundo e vindo de um líder que recebeu e entregou seu país com um dos mais pobres do mundo, só que é a fórmula exata para todos os países que alcançaram o que nós chamamos aqui de primeiro mundo.
É claro que entre estes países há ainda aqueles que têm grande produção industrial feita por uma pequena quantidade de operários, mas – sem exceção – eles não baseiam sua economia como plataforma industrial.
Em todos os países com alta renda per capita existe a massa de trabalhadores de serviços relativamente individualizados que atende-se mutuamente enquanto as necessidades industriais são cobertas em sua maioria pelas importações.
Enquanto isso, aqui nestas paragens, ainda temos defensores do fechamento dos portos e de investimentos bilionários estatais na criação de plantas industriais, e na manutenção artificial destas, para abastecer massivamente os estrangeiros.
E os consumidores daqui a míngua com impostos extorsivos.
Daí se vê porque eles são ricos e nós isso.
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