quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Pela reeleição

Com a candidatura Alckmin desacreditada, esfriou o debate sobre a conveniência ou não da reeleição para os cargos executivos no Brasil; mas como não dei minha opinião, o farei agora.
Sou totalmente favorável à possibilidade de reeleição pelo simples fato de que ela poupa o eleitor de muito papo furado e de alguma irresponsabilidade pública.
Os que são contrários a ela afirmam que é uma experiência fracassada e só, sem dizer onde ela fracassou e o por quê. Pois acredito que foi uma experiência vitoriosa.
A utilização da máquina pública para fortalecer o candidato da situação sempre ocorreu, porém antes ela tinha que ser mais poderosa. A maioria dos candidatos situacionistas era escolhida entre figuras obscuras do círculo íntimo dos governantes, politicamente fracas o suficiente para não escaparem do controle e fortes o bastante para serem eleitas.
Desta forma, rios de recursos públicos fluíam para popularizar estes candidatos que, se eleitos, funcionavam como testas-de-ferro dos ex-governantes e também como anteparo e escada para futuras eleições, já que os eleitos precisavam retribuir de alguma forma, muitas vezes ilícita.
Com a reeleição diminui-se muito a utilização de testas-de-ferro e a máquina pública não precisa ser posta em uso para popularizar ninguém, só para reforçar o que já é popular. Além disso, aliada à lei de responsabilidade fiscal, inibe a prática de arruinar o caixa da administração para o próximo governante recompô-lo, uma vez que o próximo poderá ser o próprio gerente do caixa.
Portanto a desculpa esfarrapada de que a reeleição faz com que se aumente a tentação para uma administração irresponsável não se justifica; tampouco há elementos para dizer que ela impede a alternância de poder.
Há fartos exemplos de permanência de grupos, até mesmo de quadrilhas, no poder Brasil afora antes da lei que possibilitou a reeleição, assim como há de alternância após a lei.
Quere generalizar casos particulares é um defeito que persegue nossas legislaturas e querer fazer leis que focam na exceção foi o que nos trouxe até este ponto.
Na maioria das vezes o melhor a fazer em caso de dúvidas é nada. Nossos legisladores não pensam assim e vivem fazendo leis para consertar as que fizeram anteriormente, é o que podemos chamar de um erro após o outro.
Deixem a reeleição quieta; se daqui a quatro ou cinco governos os fatos mostrarem que ela não nos favorece, reforme-se a lei; independentemente de Serras, Aécios e Lulas. Simples assim.

Obs: lembrando que a no caso da presidência a reeleição pode esperar um pouco mais.

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