Muito já foi escrito neste blog sobre Selic e outras facetas dos juros, mas hoje será diferente. Irei radicalizar.
O radicalismo dos ignorantes, já que não sou economista, e dos irresponsáveis, não tenho um nome a zelar ou emprego a manter.
Portanto a partir deste momento: a baixo com a dívida.
Não que eu defenda que o Brasil deixe de pagar; só defendo um “q” de voluntarismo na condução da política de juros, ao molde do defendido por Heloisa Helena (meu deus, veja onde estou me metendo).
Não há lógica alguma na atual política, e procuro me pautar sempre pela lógica, então ela deve mudar já, para o bem da nação.
Veja o porque da ilógica. Tomemos o PIB como base 100.
A dívida pública é de cerca de 50% do PIB e o pagamento total de juros é de 6,8% e o superávit primário esperado é de 4,25%, o que faz com eu o déficit fiscal projetado é de 1,55% do PIB.
Do modo que está a dívida não será paga nunca e, mais cedo ou mais tarde, a reestruturação virá. Que seja mais cedo, agora, enquanto não é necessário um calote.
Com base nos números apresentados, percebe-se que pagamos uma taxa de juros sobre o total da dívida de 13,60% que, desconta a inflação, implica em juros reais de mais de 9%. Com um mundo aplicando taxas que são menores que 3%, vê-se que há muito de onde se retirar.
Como o déficit equivale a 2,9% da dívida total, observa-se que se poderia eliminar o déficit sem que ocorresse nem ao menos a equiparação da taxa de juros ao da média mundial.
Mas a diminuição da taxa de juros em toda a dívida em uma canetada seria uma quebra de contratos, não seria?
Sim, seria, a menos que ela ocorresse de forma desigual. Se deixaria os contratos pré-fixados inalterados e se concentraria a redução da taxa de juros nos contratos pós-fixados atrelados à Selic.
Como estes representam cerca de 45% do total da dívida, bastaria que se reduzisse a taxa em cerca de 6 pontos percentuais para que o déficit evaporasse e a dívida estabilizasse. E a taxa de juros reais ainda estaria acima da média mundial.
Todos os contratos seriam cumpridos e não penhoraríamos o nosso futuro.
Pensando bem isso não parece assim tão radical, então por que será que ninguém faz?
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