segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Novamente pela descriminalização

Não é novidade para vocês que sou favorável a descriminalização total e irrestrita de todas as drogas.
Primeiro porque penso que o fato de algumas drogas serem legais e outras não é uma tremenda hipocrisia. Como não há motivação que não moral para isso – as médicas seriam contrárias a todas – fica explicito que estamos jogando o jogo de outros e pagando caro por isso.
As drogas são proibidas ao redor do mundo principalmente por imposição dos Estados Unidos da América e causa problemas sociais em todos os lugares, já que a humanidade e as drogas são indissociáveis desde que estes se encontraram.
Portanto se percebe que é uma guerra perdida como qualquer outra que trate de mudar comportamentos inerentes à condição humana. Como a homossexualidade que já foi combatida, aplaudida e novamente combatida, o uso de drogas sempre existirá e negar isso é uma perda de tempo.
Fora apenas uma perda de tempo e seria muito bom, mas ao lermos o artigo do economista José Scheinkman na Folha de ontem percebemos o quanto ela é custosa também em outros parâmetros. Ele cita um estudo do professor Gary Becker que contabiliza um gasto de 100 bilhões de dólares ao ano com a guerra às drogas que os norte-americanos empreendem desde a década de 60.
É claro que aqui também temos nossos gastos, nem de longe tão astronômicos, mas o que me preocupa mais não é o valor monetário da guerra e sim o custo em vidas. Acredito que temos mais mortes por combate às drogas do que por abuso delas, a despeito do que os pais de classe média que vêem seus filhos em situação de baixa dignidade por excesso de drogas possam pensar.
Além de atirar milhões de consumidores nos braços do ilícito para a obtenção da droga, o combate policialesco cria o submundo onde prospera a lei do mais forte e é fomentada a corrupção do sistema jurídico-repressor.
E tudo isso sem ao menos reprimir o uso, como qualquer adolescente que já tentou entrar em contato com uma droga ilícita sabe.
É muito dinheiro, barulho e – principalmente – mortes por nada. E tudo isso entrando de gaiatos na história.
Vale a pena tudo isso para ser simpático ao ideal norte-americano de afastar a tentação dos olhos e narizes deles?

2 comentários:

Anônimo disse...

boa grandão!!!

mas por ser vpoce o autor, eu vou discordar da sua opinião
aahahahah

Gian disse...

Obrigado Bauru,
Sabia que não deixaria de contar com o apoio de vocês nesta minha luta.