É o nível de “ingenuidade” que nossos empresários e homens públicos demonstram nesta crise política que estamos vivendo.
Após os empréstimos no fio do bigode, o dinheiro caindo do céu como o maná divino - e ninguém estranhando -, agora são os pacotes insuspeitos.
Vocês devem se lembrar do nome Pizzolato. Se não vou relembrá-los, ele é o recém aposentado ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e membro do conselho gestor da Previ que é suspeito de ter recebido um pouco mais de 300 mil reais dos milhões sacados em dinheiro das contas das empresas sobre controle de Marcos Valério, vulgo Carequinha.
Não é que ele não é culpado de nada. Em entrevista divulgada hoje em um grande jornal paulistano ele se explica “plenamente”.
Tudo não passou de um grande mal-entendido. Ele não tomou posse do dinheiro sacado pelo moto-boy terceirizado que lhe entregou um pacote de verdinhas (das verde-água, aquelas quase azuis e que têm grandes peixes em um dos seus lados, bem entendido) e amarelinhas. Alias, ele nem sabia que havia dinheiro no pacote.
Só pediu que o moto-boy fosse pegar o pacote e o entregasse pois receberá um telefonema dizendo que o tal pacote de documentos deveria ser retirado impreterivelmente naquele dia e entregue a uma outra pessoa. Ele não poderia deixar que as coisas fossem resolvidas pelo destinatário final do pacote, vocês sabem como são as coisas por aqui, sempre urgentes. Nosso país não tolera atrasos e perdas de prazos.
Agora sim, tudo explicado, até a casa comprada um mês depois. Eram dólares que tinha guardado.
Mas péra aí, dólares guardados? Uso de mensageiros pagos com dinheiro público (ou de autarquias sobre controle público) para serviços particulares? Essas não são ações, digamos, à margem da lei?
Não importa, o mais importante é que estas pessoas precisam reavaliar seus atos. Já pensou se o pacote fosse uma bomba? Poderia ter estragado a vida de muita gente.
Ficar transportando pacotinhos sobre os quais não se sabe o conteúdo é uma temeridade, nestes tempos de terrorismo.
Um comentário:
Cara,
perdoe meu sono mas seu sarcasmo neste texto foi comovente.
Continue nesta linha.
Abraços.
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