segunda-feira, 4 de julho de 2005

Elementar meus caros, Watsons

A se esse Jefferson tivesse tomado aulas com o Sherlock, que detetive teríamos. Ou seria sua vocação maior para Mãe Dinah (desculpem-me se o bidu da vez for outro, posso estar desatualizado)?
Não sei lê indícios ou tem visões, mas o fato é que o que ele fala tem peso. Provas de irregularidades em contratos ou supostos crimes eleitorais não conseguiram derrubar outros ministros (ou pessoas com status de), porém um apelo de “Bob” sim.
E cada apontada de dedo tem o poder de fazer aparecer irregularidades das mais estapafúrdias. Já fomos apresentados ao mensalão, à fazenda de dois andares, à bondade de publicitários – diga-se de passagem, injustificada, já que os ingratos do PT nem lembravam que ele havia pagado uma parcela da dívida do partido da qual era avalista -, à cofres, malas, pacotes e todas e quaisquer unidades de medidas oficiosas de medida de dinheiro.
A sorte parece ser que Jefferson não vê ligações de Lula com nenhuma das operações ilegais que surgiram ou que ainda vão surgir.
Porém não há motivo para comemorar, não sei qual é pior. Roubar os cofres públicos ou permitir que estes sejam dilapidados continuamente sem perceber nada. Para um governo que se orgulhava de “ que não rouba e nem deixa roubar”, é uma falha de qualquer jeito. Principalmente porque os que mais diziam isso são os que hoje estão mais cercados de suspeitas.
Sempre achei que este governo atual agia como um amador. Assim como o profissional, o amador está sujeito aos acertos (e estes ocorreram aos montes neste que aqui está), sendo alguns destes acertos até espetaculares, só que está muito mais perto do erro do que aquele.
Esta crise está provando isso, é erro atrás de erro. E o encaminhamento dela não parece melhorar as coisas.
Se as comissões que estão formadas seguirem a risca o que o governo quer, as investigações irão seguir durante um longo período ainda, com uma começando após o encerramento da outra.
Será um longo processo de fervura, bem ao gosto de Lula. Afinal, se processo de troca de ministros pode se arrastar por mais de um ano, porque fazer a crise ser aguda e resolvida brevemente?
Nesta novela já apareceram os a estrelas principais e a cada dia um novo coadjuvante surge, só que ela é muito ruim e nem há uma Ana Paula Arósio para nos refrescar as vistas. Já está consagrada como um fenômeno de púbico, só que a crítica certamente não será favorável.

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