Por mais que digam que não, PT e PSDB têm visões de mundo muito, muito mesmo, parecidas.
Não estou falando de radicais de um e de outro, mais de um ao bem da verdade, mas da ideologia dominante em seus quadros dirigentes. Muitos até prevêem que mais cedo ou mais tarde os dois partidos se unirão; fechando um ciclo que poderia ter se encerrado muitos anos atrás, pela entrada dos dissidentes do PMDB no PT ao invés da criação de uma partido inteiramente novo.
Segundo estes que advogam esta fusão, isto não ocorreu ainda simplesmente pelo fato de ambos serem muito fortes no estado que é o sonho de qualquer administrador, São Paulo. A luta pela hegemonia aí é, provinciana em todos os sentidos possíveis, a força que impede entendimento por propostas comuns e semeiam bravatas de parte a parte.
Se este era o problema, não existe mais nenhum empecilho. Espero que nenhum petista que leia isto venha ofender minha mãe, mas o PT paulista morreu.
Não estou dizendo isto na esteira de Vinicius Torres Freire, que em sua coluna de ontem da “Folha de S. Paulo” fez uma nota de falecimento do petismo-lulismo, mas do que se apreende da crise e das últimas eleições que aconteceram no estado.
Mas do que o PT como um todo, é o PT de São Paulo que saí enfraquecido. Especula-se se Dirceu será cassado, Genoíno acaba de entregar seu cargo e a próxima a assumir a presidência do partido, Marta(xa, como querem alguns), está sobre a sombra de processos de inegibilidade. Em resumo, os caciques do “Campo Majoritário”, não só perderam eleição após eleição, como perderam o comando do partido e, pior de tudo para eles, a confiança das parcelas mais esclarecidas da população, os chamados formadores de opinião.
Parece-me que o PT, como o conhecemos hoje, não sobreviverá às próximas eleições do partido. Ou a ala mais a esquerda expulsará o chamado os hoje majoritários ou será expulsa por eles, engrossando o P-Sol de Heloisa Helena.
Caso ocorra a primeira, é muito provável que esta se aninhe entre os tucanos. Caso o segundo caso seja o que aconteça, ainda assim os majoritários estarão muito enfraquecidos e dependentes das façanhas do governo Lula. No momento eu não apostaria um níquel, como diziam nos antigos faroestes, pelas façanhas.
Sendo assim, corremos o risco, e ainda bem que temos este risco, de ver PSDB e grande parte do PT juntos em um futuro próximo. Juntos possuem qualidades para trazer muitos avanços para o Brasil. Separados estes avanços estão ocorrendo, é verdade, só que estamos patinando bastante.
Ainda é cedo para lançarmos foguetes pela fusão, mas ela está mais próxima agora do que nunca.
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