Anos e anos com meda da inflação e quando ela está aparentemente controlada surge um perigo, dizem, ainda maior.
E por que ele seria ainda maior? Simplesmente porque os primeiros afetados pela deflação são os detentores dos meios de produção. E é claro que estes ameaçam mandar a conta para o resto da população.
Vamos à lógica por trás disto. A tendência natural dos preços de qualquer produto, respeitadas condições constantes na produção do mesmo, é a Ueda de seu valor. Isto não e considerado deflação, mais depreciação dos meios de produção. É a amortização do capital empregado para o início da produção de qualquer empreitada e a razão pelo caráter expansionista do capitalismo que a tantas guerras nos levou.
Já a deflação seria uma anomalia, na ótica do capitalismo, pois é uma redução dos preços, devido a falta de demanda, além desta depreciação natural que achata a margem de lucros.
Com uma margem de lucros menor, o capitalista não investe e não gera mais empregos, o que impede a recuperação da demanda e dos preços. Em casos extremos, o capitalista se veria obrigado a cessar sua produção por falta de demanda, desempregando pessoas, deixando de utilizar matérias-primas e alimentando o novo monstro.
Então devemos nos preocupar com mis este fantasma? É mais uma ameaça? Claro que não.
Nós não vivemos no Japão ou na Europa Ocidental, onde a demanda tem que ser mantida artificialmente através de ações agressivas de marketing, uma vez que as necessidades básicas estão supridas e o contingente populacional em baixa.
No Brasil existe justamente o contrário. Há um subconsumo evidente e a redução de preços pode até beneficiar os produtores, apesar do achatamento dos lucros, pela inclusão de novos consumidores no mercado.
Não será apenas a redução de alguns itens da cesta de consumo, como as tarifas de energia elétrica e os combustíveis, que provocará esta inclusão imediatamente, mas já é um início, principalmente porque estes são insumos que afetam todos os elos de qualquer cadeia de produção.
Mais de dez anos após o início das privatizações, ainda estamos a meio caminho de uma real economia de mercado e de uma livre concorrência em elos vitais das cadeias. Porém começamos a nos deparar com desafios de economias maduras.
Essa nossa “adolescência” econômica é um passo adiante. Como em toda a fase de mudança acelerada; algumas ameaças podem aparecer, assim como algumas dores. Não podemos ignorá-las, mas, sobretudo, não podemos valorizá-las excessivamente.
A vida continua; a economia também.
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