Voltando ao assunto de ontem sobre o franco desrespeito ao Estado de Direito, podemos dizer que além de tudo ele não funciona para o que se propõe.
Falo expressamente do justiçamento dos inimigos do Estado. Especialmente os apresentados como a fonte de todos os males, o inimigo público número um que aparecia nos velhos filmes e desenhos americanos.
Na semana passada o embaixador norte-americano no Iraque, Zalmay Khalilzad, comentando sobre a situação da violência no país após a morte de Abu Zarqawi, que era até então o homem mais procurado pelas forças de segurança iraquianas e de ocupação norte-americana, confirmou que ela não havia cedido e sim se agravado o número de ataques.
Nada mais natural.
Temos exemplos flagrantes aqui mesmo. Por décadas temos visto nossas forças de segurança eliminar traficantes, bandidos da luz vermelha (este não foi eliminado pela polícia, porém fica como imagem), assaltantes de bancos, seqüestradores e qualquer categoria que esteja em alta no momento como preocupação da sociedade, sem que isso tenha diminuído um ponto sequer dos índices de violência à pessoa.
E acredito que a situação da Tchetchênia não ira mudar em nada, se não piorar, ao contrário do que pensam as autoridades (ver link no texto de ontem).
A experiência mundial tem mostrado que o que previne a violência é o desbaratamento das organizações criminosas e para isso é muito mais útil prender os líderes do que matá-los. O simples assassinato destes apenas provoca a subida dos números dois, três, quatro e etc....
E com eles é visto um novo surto de violência, ou por que precisam mostrar serviço logo e justificar sua liderança ou por que necessitam lutar por ela com os demais reivindicantes do cargo.
Pensando no nosso umbigo, com o PCC ameaçando a ordem natural e os policiais fugindo dos bandidos, vemos que precisamos de um choque de Direito. Se cumprirmos as leis que já existem não teremos nenhum problema com celulares entrando no presídio, não teremos que pensar em bloqueadores e etc e tal.
Pois é, o Estado de Direito é muito chato; pena que não inventaram nada mais eficiente ainda, ou mais seguro para aqueles que não estão no comando.
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