Não sei bem a que esta expressão se presta mas desconfio que é para lá que os dirigentes de Israel estão tentando levá-lo.
Todo país é uma abstração histórica, mas Israel é isso elevado a máxima potência.
Foi criado a pouco menos de 60 anos; fruto do gênio de alguns de seus líderes no movimento sionista, a simpatia mundial provocada pela repulsa ao Holocausto judeu e o desapego de uma Inglaterra destroçada por uma de suas colônias menos lucrativas.
A partir destes fatores foi criado por uma resolução da Onu e prosperou pela solidariedade religiosa dos imigrantes provenientes de comunidades judaicas ao redor do mundo e encontra-se hoje entre as nações mais desenvolvidas do mundo, sendo uma potência militar dominante no Oriente Médio.
Por quê estaria sendo levada para o lixo da história então?
A razão é que Israel está erodindo seu maior patrimônio frente a comunidade das nações: a simpatia que a maior parte da opinião pública internacional nutria pelo país e seu povo “sofrido”.
As aspas estão aí pelo fato que o povo que vive em Israel agora não tem nada de sofrido, pois reside em uma democracia com alto padrão de vida e são muito poucos os
sobreviventes entre os desafortunados que viveram as agruras dos campos de concentração nazistas ou dos gulags soviéticos.
Em oposição à antiga imagem sofredora, começa a surgir cada vez mais a da nação opressora; que desrespeita a décadas uma resolução da Onu (mesmo mecanismo que permitiu sua criação) para devolução de territórios ocupados durante guerra contra seu vizinhos árabes e que permite crises humanitárias nestes mesmos territórios. Tenha ou não razões de segurança nacional para isso, não há como ficar bem na foto assim.
Se já havia ocupado a posição de vilã, e amalgamado na sua existência a razão de ser dos fracassos materiais, em todas as nações islâmicas (cujos dirigentes reforçam esta visão escapista da população para facilitar o domínio político), a perda do patrimônio simbólico frente a população das grandes democracias ocidentais pode ser um tiro mortal para a sustentabilidade do país.
A espiral de violência que está tomando proporções assustadoras e levando as autoridades israelenses a retaliações desproporcionais contra alvos civis (neste caso pessoas sem ligações diretas com os grupos que, dependendo do lado que clama, são chamados de terroristas ou de heróis) pode levar a uma depleção ainda mais rápida deste simbolismo; o que só interessa aos grupos que planejam “varrer” Israel para o mar.
Apesar de ser uma ilha de desenvolvimento econômico e social em uma região com índices lastimáveis nos dois quesitos, Israel já sofre os problemas causados pela Intifada – com a indústria turística em franca recessão.
Converter-se em um paria, uma verdadeira ilha em relação ao mundo como fez a África do Sul sob embargo devido ao Aparthaid, trará apenas sofrimento ao povo israelense. Conscientemente ou não é o que as autoridades estão fazendo, um desserviço àquela nação.
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