terça-feira, 4 de julho de 2006

O serviço mais caro é o que não é fornecido

No nosso país temos algumas coisas que demonstram o quão burra pode ser a filosofia do “tudo pelo social”.
Ela faz com que todos paguem para que um ou outro político ou classe não fique “mau-na-fita” e tem duas vertentes:
a tudo pelo socialismo – que se nega a adotar qualquer interação com a iniciativa privada, a não ser a cobrança de impostos, e é ideologicamente incapaz de aceitar qualquer participação nos serviços que são considerados (aqui) classicamente função do Estado;
a tudo pela demagogia – que quer estar bem com as massas, principalmente controlando os preços e diminuindo ou anulando os lucros das concessionárias.
Os exemplos mais claros são encontrados na área de saneamento básico. Com medo da cobrança das taxas que remunerem o serviço, o que seria contra o interesse das “comunidades”, paralisa-se qualquer tentativa de privatizações no setor. Como os governos não têm capacidade financeira para fazer as obras necessárias, as populações ficam sujeitas ao não-fornecimento do serviço.
Qualquer ganho que os possíveis usuários do serviço teriam com a economia de não pagar as taxas de uso são amplamente suplantados pelo desconforto ambiental que a falta deles produz. Além disto sobrecarrega-se o sistema de saúde (estudos estimam que para cada real gasto em saneamento economiza-se quatro em atendimentos médicos, sem contar com o aumento da produtividade do trabalhador).
O mesmo vale para outros serviços que deixam de ser prestados por omissão do Estado ou por medo dos políticos de apresentar as contas aos eleitores, com ou sem privatizações.
Com isso o custo Brasil não para de crescer, enquanto dinheiro que poderia estar suprindo nossas necessidades na infra-estrutura ficam no banco engordando, nutridos pelas taxas de juros reais mais altas do mundo.

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