segunda-feira, 3 de julho de 2006

No fim, algo a comemorar

Com as derrotas de sábado foi decretado o fim do reinado mundial de uma trinca que poderia fazer com que o futebol perdesse muito de sua graça que está recuperando aos poucos.
Esta trinca, que não sei se chamo de os três patetas ou de trio parada dura*, era formada pelos técnicos das seleções brasileira, argentina e inglesa.
Eles eram os comandantes dos conjuntos com mais talentos individuais e poder de decisão entre as trinta e duas presentes na Copa – ouso dizer que do mundo mesmo.
Eram também os portadores das maiores esperanças de prover espetáculos às imensas torcidas presentes aos estádios alemães e aos milhões de telespectadores. Frustraram a todos - com exceção da Argentina que apresentou futebol vistoso em uma partida da fase classificatória – e o Brasil, maior esperança e decepção, conseguiu ser vaiado seguidamente.
E as frustraram pela simples falta de coragem de apostar em futebol agressivo e, principalmente, ofensivo. As três seleções seguiram o caminho do pragmatismo do toque e posse de bola; no burocrático futebol de resultados, avesso a goleadas – pois como todo treinador que segue esta escola sabe, gol é só ‘um detalhe’.
Pekerman ganhou seu lugar no trio principalmente por sua atuação no segundo tempo de sua última partida no comando do selecionado argentino. Já vinha flertando com o grupo, pois sua equipe era a que menos finalizava ao gol, mas o que decretou sua vaga foi a substituição de Riquelme por Cambiasso.
Tirar o armador do time tudo bem, ele realmente estava fazendo uma partida risível, mas colocar mais um volante para se juntar aos outros tre que já estavam em campo - quando seu time estava jogando melhor do que o adversário - foi o fim da picada. Chamou a Alemanha para o ataque; procurou e achou o desastre (ainda bem que os hermanos também têm tais técnicos ou poderíamos ter que amargar quatro anos de sarro por parte dos vizinhos).
Eriksson tinha vaga assegurada. Fez lambança desde a convocação; quando escolheu dois jogadores contundidos (Owen e Rooney), Peter Crounch e um garoto que jamais havia vencido nem ao menos defendido seu clube pela equipe adulta para o ataque do tal de ‘English team’. Só poderia ficar trocando bola no meio de campo mesmo.
E quanto ao Parreira, o que dizer. Diz o ditado que lambão, quando não erra (por assim dizer) na entrada, erra na saída. A saída vocês viram, já estávamos com 32 minutos do segundo tempo e Robinho ainda não havia estado em campo.
Como bem disse Parreira após o jogo de Gana: “espetáculo é ganhar”.
Eu posso dizer que jogar feio e perder é ridículo; ter os melhores jogadores e se acovardar é lastimável e dizer que não se arrepende de nada porque fez tudo que quis é egocentrismo, atitude digna de um adolescente.
O que passou, passou. O leite foi derramado e já choramos muito sobre ele. Agora e tocar a vida e esperar algumas semanas para ver o Barcelona jogar, e ganhar, bonito. E torcer que o exemplo prospere e no futuro os técnicos covardes fiquem em casa, assistindo pela tevê sem correr risco nenhum.

*para os que não têm raízes rurais informo que Trio Parada Dura foi um gupo de muito sucesso lá pras bandas de Goiás nos idos dos anos 70 e 80. Para os que têm, como eu, puxo de memória uma das modas de viola na voz de Barreirito: ‘ ...eu já fui um grão de areia, agora sou uma pedra dura. Em pedra transformei também uu meu coração...”

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