Em tempos de exaltação da educação é desalentador o que se infere do texto de Celso Ming no Estadão de ontem.
Nele se mostra que as praticas de consumo das famílias brasileiras - principalmente as de classe média – se modificaram profundamente.
Com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) –mais precisamente da Pesquisa de Orçamento Familiar (PDF) – percebe-se que se gasta cada vez menos com alimentos e mais com itens como serviços de telecomunicações e aparelhos eletrônicos.
Porém o que mais me chamou a atenção foi a desproporção entre o que se gasta com cursos extracurriculares e o que se gasta com higiene e beleza. E o pior, a diferença está aumentando com o tempo.
Os números apresentados demonstram que com cursos as famílias gastam 0,39% da renda (no passado 0,36%) e com higiene e cuidados pessoais 2,17% (anteriormente 1,96%).
Como vemos há um gasto cinco vezes maior com beleza do que com aprimoramento educacional.
É a prova de que esta marola de exaltação do conteúdo ainda não é nada frente o vagalhão de valorização da forma.
Portanto não se deixe enganar, na nossa sociedade mais vale investir no “lay-out”. O curso de aperfeiçoamento pode até ser um diferencial caso ocorra um empate no item mais importante.
E isto não ocorre só com relação às pessoas, ocorre com todos os itens comercializáveis também.
Então deixemos com este papo-furado de que somos preocupados com o interior; o que vale mesmo é a capa, e não se fala mais nisso.
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