Não tem o menor cabimento este medo generalizado dos produtos importados, já que o Brasil tem condições absolutamente tranqüilas para enfrentá-los.
Em primeiro lugar há dificuldades logísticas para a importação. Os grandes exportadores de produtos manufaturados só têm acesso aos nossos mercados através de portos e aeroportos, dois gargalos mais do que consagrados.
Depois porque nossas indústrias são bem equipadas, dispõe de fartura das principais matérias-primas e estão pouco endividadas pelos padrões internacionais; ou seja, estão aptas a competir com as indústrias do leste europeu e do sudoeste asiático, sendo inclusive uma nação com características intermediárias às que compõem as duas grandes regiões que ameaçariam nosso país no que compete às manufaturas.
No quesito energia, apesar da crise que se está desenhando no país pela absoluta falta de investimentos (causada pela visão intervencionista do governo), o Brasil ainda se encontra em melhor posição do que qualquer um de seus oponentes. As condições geográficas permitem geração por diversas fontes e uma matriz limpa, o que poderá ser brevemente um fator de aumento de competitividade industrial.
Por último, e não menos importante, temos uma população jovem e com escolarização crescente e na qual estão ausentes grandes conflitos étnicos, como os que travam ou dividem países das regiões supracitadas.
O calcanhar de Aquiles de nosso país é o ambiente legal e governamental desfavorável aos negócios. Isso resulta em uma política de juros (que eu espero esteja com os dias contados) que torna o investimento produtivo médio menos lucrativo do que as aplicações financeiras e, o que é o absurdo maior, mais inseguro.
Como se vê, no que tange às condições estruturais, estamos bem preparados para concorrer com qualquer um que seja. Basta que nossos dirigentes acordem para ajustes que precisam ser feitos e passaremos de caça à caçador nos mercados globais.
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