Há uma certa dose de misticismo quando se diz que ocorreram perdas no mercado acionário, como fez o editorial do Estadão de hoje.
Dizer que os fundos perderam não corresponde a verdade, pois lucros e prejuízos no mercado acionário só ocorrem após a venda da ação, daí o termo realização. É certo que, devido à imensa diminuição do valor nominal das empresas no ano, quem precisar desfazer-se de seus investimentos hoje pode amargar uma sensação de perda, mas isso depende também do preço com que ele adquiriu-os.
O fato de os índices das principais bolsas terem subido constantemente durante meia década faz com que os aplicadores tenham, em sua maioria, ganhado no mercado acionário mais do que o fariam em outras aplicações.
As comparações infelizes entre as bolsas e os cassinos nada mais são do que isso. O mercado acionário gera, via de regra, ganhos para todas as partes envolvidas: empresas, intermediários e poupadores. Os cassinos dão lucros apenas aos donos e, eventualmente, aos governos que lhe cobram tributos. Que autoridades façam tal comparação é, realmente, uma vergonha.
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